Obama: de presidente ao “mais importante posto em Democracia”

Durante 2912 dias, Obama foi o 44º Presidente dos Estados Unidos. Que legado deixa ele ao mundo?

Barack Obama tem hoje 55 anos, mais oito do que quando entrou na Casa Branca (em 2008) e fez história ao tornar-se no primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

Na altura, 40 anos depois da morte do homem que sonhou com o fim da discriminação racial – Martin Luther King -, o mundo duvidava, ainda, que tal fosse possível.

Mas foi. O slogan “Yes we can”, que agitara a campanha presidencial de Barack Obama, pelo Partido Democrata, passou de esperança a realidade. Tal como o célebre poster “Hope”, do artista Shepard Fairey.

A Casa Branca ganhou, então, uma das mais populares famílias presidenciais dos últimos anos: os Obama. Barack, a mulher Michelle, as duas filhas, Malia e Sasha. E, já agora, os dois cães-de-água portugueses, primeiro Bo, depois Sunny.

Ao longo do tempo que passaram na residência oficial, os Estados Unidos (talvez não só os Estados Unidos) sentiram que aquela família e aquela Casa Branca, lhes pertenciam, muito graças ao tom simpático, caloroso, descontraído e bem-humorado como Barack Obama exerceu as suas funções.

Agora, no momento em que Obama deixa de ser Presidente, é altura de recordar o legado que deixou aos EUA e ao mundo, como líder do país mais poderoso.

DE REALIZAÇÕES E FRUSTRAÇÕES SE FAZ UM MANDATO

Uma das principais marcas leva o seu nome, o Obamacare. Com esta lei, Obama conseguiu que 20 milhões de norte-americanos pudessem passar a beneficiar de um direito fundamental que lhes era negado, a assistência médica.

A nível interno, Obama pode, também, orgulhar-se de ter dado um novo impulso à economia norte-americana (a atravessar uma enorme crise no momento em que Obama chegou ao poder) e de ter sido capaz de criar mais de dez milhões de empregos.

Ao presidente que acaba de cessar funções, é também reconhecido o esforço por criar uma política energética mais amiga do ambiente e por ter ajudado a alcançar importantes acordos mundiais para resolver o problema das alterações climáticas, como aquele que saiu da COP21 em Paris.

Na lista de realizações importantes a nível internacional, Obama conta ainda outro acordo, com o Irão, que se comprometeu a não utilizar a energia nuclear para fins militares.

Com a ajuda do Papa Francisco, Obama conseguiu, ainda, virar uma página na histórica tensão entre Estados Unidos e Cuba, ao por fim ao embargo de décadas decretado pelos EUA ao país vizinho, conhecido como ‘El Bloqueo’.

Obama não foi capaz, no entanto, de cumprir tudo aquilo a que se propôs. Uma das suas maiores frustrações como presidente foi não ter conseguido que o Congresso aprovasse leis sobre o controle de armas nos Estados Unidos.

ESPERANÇA NA HORA DA DESPEDIDA

No seu discurso de despedida, proferido em Chicago, a cidade onde começou a sua carreira política e onde vivia antes de a eleição presidencial o ter levado até Washington, a mensagem de Obama centrou-se, sobretudo, na importância do envolvimento de todos os cidadãos nos destinos do país.

Aos muitos milhares de pessoas que o ouviram, Obama disse ter aprendido que a mudança só acontece quando as pessoas normais se envolvem e se unem para a tornar possível.

Lembrou que “a Democracia fica ameaçada de cada vez que a damos por garantida” e que “tudo depende da nossa participação”. Afinal, acrescentou ainda, “O poder não existe por si só. Somos nós, o povo, que damos o poder com a nossa participação e as nossas escolhas”.

A mensagem de Obama foi, acima de tudo, de esperança na cidadania: “A democracia precisa de nós, não só quando há eleições, mas durante toda a nossa vida”.

Obama prometeu, por isso, ser um cidadão empenhado e “falar se sentir que os valores fundamentais estão ameaçados”. Antes de passar oficialmente a pasta ao novo Presidente dos Estados Unidos, Obama disse que iria regressar “ao mais alto posto em Democracia”- Ser cidadão.

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