O novo Planeta Nove explicado em 9 pontos

O cientista responsável pela despromoção de Plutão, é um dos dois descobridores do novo planeta do Sistema Solar.

1) O cientista norte-americano Mike Brown anda a interferir na lengalenga que nos ensinam na escola para aprender o Sistema Solar. Em 2006, as suas investigações estiveram na origem da despromoção de Plutão, de planeta a planeta-anão, fazendo a cantiga acabar em Neptuno. O mesmo Mike Brown, desta vez acompanhado pelo colega Konstantin Batygin, ambos do Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech), vem agora dizer que não conhecíamos todo o Sistema Solar, acrescentando-lhe um planeta, que vem ocupar o lugar detido até há pouco por Plutão;

2) Se seguirmos o ditado popular e acharmos que, como São Tomé, é preciso ver para crer, diríamos que o “Planeta Nove” – como foi, para já, designado – poderá não existir. Até ao momento, nenhum telescópio conseguiu ainda detetá-lo, na periferia do Sistema Solar;

3) Como o descobriram então? No estudo publicado no ‘Astronomical Journal’, os dois investigadores expõem a teoria em que sustentam a existência deste planeta até aqui desconhecido, baseada em muitos modelos matemáticos, em muita química e simulações de computador;

4) Convém sublinhar que os primeiros a suspeitar da existência deste planeta foram dois alunos de pós-doutoramento do ‘Caltech’, em 2014. Chad Trujillo e Scott Shepard detetaram um estranho alinhamento de seis órbitas de pequenos corpos celestes, que os levou a desconfiar que haveria um centro em torno do qual eles orbitavam. Brown e Batygin, incrédulos, decidiram aprofundar o trabalho dos dois estudantes e, um ano e meio depois, concluíram, afinal, que eles estavam certos;

5) A dificuldade em observá-lo diretamente prende-se com a distância a que o “Planeta Nove” estará de nós e à sua dificuldade em refletir a luz do Sol;

6) Quanto às caraterísticas do novo planeta, pensa-se que tem uma massa dez vezes maior do que a da Terra e orbita em torno do Sol a uma distância que é vinte vezes superior à de Neptuno. A distância é tão grande que seriam precisos entre dez e vinte mil anos para que este planeta cumprisse uma órbita em torno do Sol;

7) No comunicado em que dão a notícia ao mundo, os “descobridores” espaciais lembram que “só dois planetas foram descobertos desde os tempos antigos”. E este “antigos” refere-se a muito tempo mesmo, a milhares de anos antes de Cristo, por exemplo, à civilização Suméria que tinha já um grande conhecimento dos astros;

8) A procura de um grande planeta para lá de Neptuno é muito antiga. A teoria da existência do “Planeta X” ou de “Nibiru”, que muitos astrónomos tentaram encontrar, levou à descoberta de Plutão, já em 1930. O “Planeta X” tem todo um imaginário associado e um sem-número de teorias à sua volta. Há quem acredite que esse misterioso planeta irá cruzar-se com a Terra, dando origem ao “fim do mundo”;

9) Voltando ao “Planeta Nove”. A confirmar-se a sua descoberta, um outro nome deverá ser escolhido para o designar. Tendo em conta os outros oito planetas do Sistema Solar, temos grandes chances de estar corretos se apostarmos que ele vai receber o nome de uma divindade romana.

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