Imagem dos arranha-céus de Filadélfia à noite | Foto: Chris Hunkeler/Creative Commons

Pelos pássaros, várias cidades diminuem a luminosidade noturna

O objetivo é evitar que muitas aves percam a vida durante as migrações.

O movimento começou no Canadá, em Toronto, no ano de 1993, mas são cada vez mais as cidades a juntarem-se à causa, sobretudo nos Estados Unidos, o país dos arranha-céus.

A última a aderir ao movimento intitulado Lights Out (Luzes Apagadas) foi Filadélfia, no estado norte-americano da Pensilvânia. A Bird Safe Philly está a pedir às instituições públicas e aos proprietários de prédios da cidade para desligarem todas as luzes exteriores que não sejam necessárias entre a meia-noite e as seis da manhã.

Mas afinal o que é que está aqui em causa?

Todos os anos, na primavera e no outono, milhões e milhões de pássaros em todo o mundo migram em busca de melhores condições climáticas e de alimento.

As viagens, por norma, não são fáceis. O percurso é longo e há perigos à espreita como a caça, a destruição de ecossistemas ou a poluição luminosa.

Muitas espécies preferem empreender as suas migrações durante a noite e, para estas, a forte iluminação noturna constitui um problema acrescido. As luzes dos edifícios desorientam os pássaros, baralham os seus mecanismos de orientação e muitos acabam por morrer ao colidir com edifícios.

Os prédios espelhados parecem ser especialmente perigosos ao refletirem o céu, árvores e estrelas. Segundo o jornal Los Angeles Times, os especialistas estimam que morram entre 365 a 1000 milhões de pássaros em colisão com prédios e estruturas de vários tipos só nos Estados Unidos.

Duas vezes por ano

Foi para tentar reduzir estes números que o movimento Lights Out foi criado. Nas mais de 30 cidades do Canadá e dos Estados Unidos que aderiram ao projeto, os resultados são animadores. Não estranha, por isso, que o programa vá juntando mais e mais adeptos. Tanto mais que tem benefícios extra, como a poupança de eletricidade.

O programa Lights Out não dura o ano todo, circunscreve-se ao períodos em que os movimentos migratórios das aves são mais intensos. No caso de Filadélfia, o programa começará a vigorar duas vezes por ano, sensivelmente na primavera e no outono (entre 1 de abril e 31 de maio e entre 15 de agosto e 15 de novembro).

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