Em Hamburgo, o rio Elba ganhou uma onda musical
A nova sala de concertos alemã é das mais avançadas do mundo. Bem-vindo à Elbphilarmonie.
Há um novo edifício a marcar a paisagem da segunda maior cidade alemã. Hamburgo, a cidade portuária com um sem-número de canais, como Amesterdão ou Veneza, acaba de inaugurar a Filarmónica do Elba, um projeto ambicioso dos arquitetos suíços Herzog & de Meuron.
Dependendo da perspetiva, a construção assemelha-se tanto a um barco que flutua sobre as águas do rio Elba, como a uma onda. Uma onda de um mar encrespado, agitado, como foi o processo de construção desta Elbphilarmonie – demorou dez anos a ficar pronta (mais sete do que o previsto) e custou dez vezes mais do que o acordado, quase 800 milhões de euros.
O resultado é uma habitação de luxo para a música – não apenas clássica, como a que marcou o concerto de inauguração no dia 11 de janeiro de 2017.
No seu interior, a “Elphi” – o nome porque é já carinhosamente tratada pelos alemães – tem uma das melhores salas de concerto do mundo, um sonho para músicos e público.
Os 2100 lugares sentados estão distribuídos em diferentes patamares a toda a volta do palco, permitindo diminuir a largura da sala e aproximar o público dos músicos. As condições acústicas foram pensadas por um dos maiores especialistas da área, o japonês Yasuhisa Toyita. Milhares de painéis sonoros e um revestimento especial, branco e irregular do chão ao teto, garantem um som de excelência.
A ‘Elphi’ tem mais duas salas de concerto. Mas quem visitar a cidade nos próximos tempos dificilmente conseguirá lugar para assistir a um dos muitos concertos agendados – esgotaram todos.
O primeiro português a tocar na nova Filarmónica de Hamburgo é o jovem clarinetista Horácio Ferreira, no dia 2 de fevereiro. O músico é apresentado como um talento emergente, com um trabalho reconhecido por diversas Fundações e concursos internacionais.
Qualquer pessoa pode, no entanto, conhecer o edifício e contemplar a vista de 360 graus sobre Hamburgo do terraço do edifício, a 37 metros de altura.
A estrutura de tijolos que vês na base do edifício, por baixo dos milhares de painéis de vidro que refletem a água do Elba, pertence ao antigo armazém de mercadorias que antes existia ali, semelhante a muitos outros, que marcam a arquitetura da cidade portuária.