A China deve perder este ano o estatuto de país mais populoso do mundo

A China ainda é o país mais populoso do mundo

Mas deverá ocupar este lugar por pouco tempo. A Índia está quase a ultrapassá-la.

Com 1430 milhões de habitantes, a China ainda é o país mais populoso do mundo. Mas esse é um título que passará a ser em breve detido por outro país asiático: a Índia.

Ao contrário do país de Mao Tsé-Tung (o fundador e histórico líder comunista da República Popular da China), o país de Mahatma Gandhi (o ativista que lutou pela independência da Índia de forma não violenta) continua a registar um crescimento populacional.

Em novembro passado, a Organização das Nações Unidas (ONU), presidida pelo português António Guterres, anunciou a sua previsão de que a China deixasse em breve de ser o país mais populoso do mundo, algo que se espera que aconteça ao longo deste ano de 2023.

Mais mortes do que nascimentos

Os dados avançados este mês pela instituição chinesa equivalente ao nosso Instituto Nacional de Estatística vão ao encontro do prognóstico da ONU.

A China acaba de anunciar que, no ano passado, registou mais mortes do que nascimentos. Ao todo, o país terá perdido cerca de 850 mil habitantes em 2022. A covid-19 também terá dado o seu contributo para estes números. Mas a pandemia, como veremos em seguida, não é a única responsável.

A China detém, desde há séculos, o estatuto de país mais populoso do mundo. Em 1980, o Estado chinês implementou mesmo a política do filho único (cada casal não podia ter mais do que um filho) para travar o crescimento demográfico. O governo da altura defendia que, se não fosse imposto um controlo dos nascimentos, não haveria recursos para toda a população e seria difícil ao país assegurar o desenvolvimento económico.

O impacto na economia

Em 2015, a política do filho único foi abolida na China para que a população do país se mantivesse estável. A maioria dos casais, no entanto, continua a optar por ter apenas um filho, sobretudo por razões económicas (o custo de vida na China é muito caro).

A abolição da medida não foi, portanto, a tempo de evitar um decréscimo populacional e o envelhecimento da população. A China teme que estas circunstâncias tenham um impacto forte na sua economia, uma das mais poderosas do mundo. Menos nascimentos aliados a uma maior esperança de vida da população equivalem a mais gastos no setor da saúde e da segurança social com os idosos e a menos trabalhadores para fazer crescer a economia do país.

Pelo contrário, na Índia as previsões são de crescimento da população.

No entanto se, em vez de países, olharmos para continentes, o jornal espanhol El País assegura que a Ásia continuará a ser o continente mais populoso, concentrando 60% da população mundial.

Fotos: Wikimedia Commons

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