Um tigre da Tasmânia em exposição no Hessisches Landesmuseum em Darmstad, na Alemanha

Extinto há décadas, irá o tigre da Tasmânia “ressuscitar”?

Investigadores australianos querem recuperar a espécie, com a ajuda da ciência e da tecnologia.

O nome oficial deste animal é tilacino (Thylacinus cynocephalus), mas para a história ficou conhecido como tigre da Tasmânia, pelas listas que apresentava nas suas costas.

Com uma aparência física semelhante à de um lobo ou de um cão, o tilacino pertencia à família dos marsúpios. Os marsúpios são os mamíferos que se caraterizam por as fêmeas terem uma espécie de bolsa no abdómen onde guardam os filhotes. Como os cangurus.

Aquele que se crê ter sido o último exemplar vivo desta espécie, originária da Austrália e da Nova Guiné, foi um animal que vivia num jardim zoológico australiano. Chamava-se Benjamin e morreu em setembro de 1936.

ADN, edição genética: uma “receita” complexa

Quase 90 anos passados sobre a extinção da espécie, um grupo de cientistas australianos quer trazê-la de volta à vida. Realizar este propósito seria algo de inédito, nunca antes feito.

A “receita” que os cientistas vão seguir nesta experiência passa – explicado de uma forma muito simples – por pegar no ADN de uma espécie de animal que ainda existe e é parecida ao tilacino. No caso, o dunnart, que é também um marsupial.

Convém recordar que o ADN é um composto orgânico, que todos os seres vivos possuem, onde está armazenada a sua informação genética, as suas principais caraterísticas (por exemplo, a cor dos olhos ou do cabelo).

Trata-se de um complexo processo de edição genética. Os cientistas pretendem manipular as células do dunnart, transformando-as em células de um tigre da Tasmânia e gerar um embrião a introduzir no ventre de uma fêmea de marsupial.

“Onde é que eu já vi isto?!”

Se o trabalho for bem-sucedido, os investigadores estimam que os primeiros tilacinos possam ser reintroduzidos na natureza dentro de dez anos.

O projeto está, porém, a gerar controvérsia entre cientistas e ambientalistas. Há quem considere que o plano é impossível. E há, também, quem, achando ser possível, o questione. Será correto fazer viver animais geneticamente editados? Não ser á um risco, já que pode ter consequências imprevisíveis? Eis algumas das questões colocadas.

A quem viu o célebre filme de 1993 realizado por Steven Spielberg, “Parque Jurássico” (uma bem-sucedida adaptação ao cinema do livro de Michael Crichton) toda esta história soará familiar.

No filme, dinossauros desaparecidos há milhões de anos ganham vida graças a uma avançada tecnologia de clonagem.

Foto: Daderot/Wikimedia Commons

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