O Ano Novo chinês não começa sempre no mesmo dia.

22 de janeiro: os chineses dão as boas-vindas ao ano 4721

É caso para dizer que os chineses estão “muito à frente”. Explicamos-te a razão pela qual a China chega mais tarde ao novo ano e vai “adiantada” no tempo.

O porquê de nós termos entrado a 1 de janeiro em 2023 e de os chineses só darem as boas-vindas ao novo ano dentro de alguns dias, a 22 de janeiro, encontra-se nos astros. Mais precisamente em dois: o sol e a lua. Nós seguimos o calendário solar, os chineses seguem o calendário lunar.

Esta diferença determina outra situação que pode parecer estranha aos olhos de um ocidental: o primeiro dia do ano novo chinês não calha sempre no mesmo dia. Varia de ano para ano, mas acontece sempre entre os dias 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Porquê?! Porque é neste período de tempo que pode ter lugar o que, a cada ano, determina o dia exato do ano novo chinês: a segunda lua nova depois da chegada do inverno. No ano passado, por exemplo, o primeiro dia do calendário lunar foi a 1 de fevereiro.

E já que estamos numa “onda” de porquês, aqui fica mais um: por que é que os chineses vão entrar em 4721 quando nós só entrámos em 2023?

Um ano = 12 ciclos completos da lua

Este é um facto que está relacionado, uma vez mais, com o sol e a lua. Enquanto no calendário gregoriano (solar), a Terra leva aproximadamente 365 dias a completar a sua volta ao sol, no calendário chinês o tempo que a lua leva para completar 12 ciclos completos (a duração de um ano lunar) é mais curto. Logo, com a passagem do tempo, a diferença do ano entre o calendário gregoriano e o calendário chinês vai-se acentuando. Mesmo assim, pela diferença acentuada entre 2023 e 4721, é de supor que os chineses tenham começado a celebrar a passagem de ano antes de nós.

No entanto, é importante referir que, continuando a seguir o calendário lunar para marcar o seu início de ano, a China adotou o calendário gregoriano para a sua atividade normal há já mais de um século, em 1912.

2023, o ano do coelho

O zodíaco chinês é, também, muito diferente daquele a que estamos habituados. Se os signos que seguimos neste lado do planeta estão relacionados com os meses da data de nascimento, na China o signo da pessoa é determinado pelo ano em que nasce. Por exemplo, todos aqueles que nascerem no ano 4721 serão do signo coelho.

No total são 12 os signos do zodíaco chinês, correspondendo cada um a um animal. A ordem é a mesma e repete-se a cada 12 anos: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco, galo, cão e porco. Coelho é, portanto, o quarto signo do zodíaco chinês e simboliza “paciência, longevidade e sorte”, lê-se na página do Museu do Oriente, em Lisboa, que irá também comemorar o Ano Novo Chinês, com um programa que podes consultar aqui.

A maior migração do mundo

Festa da Primavera é o outro nome que os chineses dão à festa de Ano Novo. Não há outra festividade a que deem tanta importância e é, mais ou menos, como um Natal para nós: manda a tradição que se passe com a família. Milhões de pessoas viajam para passarem esta época com os seus entes queridos e, com isso, dão origem à maior migração anual do mundo! Segundo o jornal brasileiro G1, da Globo, o Ministério dos Transportes do país prevê dois mil milhões de deslocações em 40 dias.

Por causa da covid-19, o povo chinês está, desde 2020, impedido de fazer as celebrações habituais. Este ano, é permitido de novo a circulação de pessoas, o que está a levantar grande preocupação por causa da subida exponencial dos casos de covid-19 no país nos últimos dias.

Se tiveres um amigo ou amiga chinesa, pede-lhe que te ensina e a pronunciar corretamente a frase em mandarim mais ouvida por estes dias naquela parte do mundo: “Xin Nian Kuai Le”. Feliz Ano Novo, pois claro!

Foto: IQRemix/Creative Commons

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