Um novo conceito de zoo é preciso
Quem o diz é o projeto Zoo XXI, que quer jardins zoológicos mais digitais, adaptados à ciência e à ética do nosso tempo.
“O futuro não pode ser uma jaula maior”. Com esta frase, o projeto que foi lançado este mês em Barcelona, por iniciativa de duas associações ambientalistas e com o apoio de caras bem conhecidas da Catalunha, ilustra bem o que pretende.
O Zoo XXI não quer apenas dar melhores condições aos animais que vivem nos jardins zoológicos, mas revolucionar totalmente o conceito de zoo.
A Associação Animal ‘Libera!’ e a ‘Fundação Franz Weber’ pretendem que, aos poucos, os zoos vão substituindo os animais reais por realidade virtual. A tecnologia, defendem, permitiria mostrar aos visitantes os animais como eles realmente são, com os comportamentos naturais que têm quando estão inseridos no seu habitat.
Citado pela agência de notícias espanhola, a EFE, o diretor da Fundação Franz Weber dá o exemplo dos elefantes, lembrando que nos zoos eles não percorrem 40 quilómetros diários inseridos numa manada nem passam 80% do tempo em que estão acordados a comer, como acontece quando estão em liberdade.
No modelo defendido pela Zoo XXI, os jardins zoológicos tornar-se-iam espaços de recuperação para fauna autóctone, voltados para a preservação e recuperação de animais feridos e doentes das regiões onde os zoos estão inseridos.
A mudança que preconizam passa também pela educação animal. Para os defensores desta mudança é preciso “falar dos animais como seres com vida emocional, capazes de sentir, sofrer e desfrutar da vida” e não apenas nas espécies, como consideram acontecer nos zoos da atualidade.
Em Espanha, a Catalunha foi das primeiras regiões autónomas a proibir as touradas. As duas associações que se juntaram para criar o Zoo XXI lutam para ver este modelo – que estão a promover também internacionalmente – implementado primeiro em Barcelona, reforçando, assim, a imagem da Catalunha como uma região que se preocupa com os Direitos dos Animais.