Mais de metro e meio de comprimento, garras a saírem-lhe da cabeça
E 460 milhões de anos. O fóssil desta fera marinha acaba de ser descoberto nos Estados Unidos.
Apesar de ter sido apresentado ao mundo como “escorpião gigante marinho”, este ser com ar de poucos amigos está mais próximo das aranhas modernas do que dos escorpiões. Para ser escorpião, teria de ter uma glândula venenosa e não tinha.
Mesmo sem a dita glândula, um animal que se cruzasse com esta criatura nos mares tinha todas as razões e mais algumas para temer o próprio destino.
O principal autor do estudo que noticia a descoberta deste fóssil, acabado de publicar na revista ‘BMC Evolutionary Biology’, disse que não gostaria de ter nadado com ele: “este foi o primeiro grande predador”, explicou James Lamsdell, lembrando que na altura em que o animal viveu as mais importantes formas de vida estavam no mar.
De nome científico “Pentecopterus decorahensis”, o fóssil, encontrado em extraordinárias condições de preservação, pertence à ordem dos eurípteros, uma família de incríveis predadores dos mares extinta há 250 milhões de anos.
A descoberta foi feita no estado norte-americano de Iowa e deixou os investigadores espantados, quer com a sua antiguidade, quer com as formas estranhas que apresenta, nomeadamente na pata (julgam que servia para nadar e não para picar, como nos escorpiões) e da cabeça.
O exosqueleto (isto é, a estrutura externa do seu corpo) encontrava-se comprimido na rocha, mas foi possível retirá-lo e observá-lo ao microscópio, revelando uma série de detalhes. Por exemplo, que tinha pêlos sobre as patas.