São rãs noturnas, vivem na Índia e medem-se em milímetros
Como vês na foto, cabem na unha do dedo polegar ou em cima de uma moeda. E ainda lhes sobra espaço.
Não foi só por causa do tamanho que estas rãs demoraram até hoje a ser descobertas: o som que fazem assemelha-se ao de insetos e, além disso, vivem em habitats secretos (por entre a vegetação de bosques húmidos ou à volta de charcos), na Índia, numa região rica em biodiversidade, a cordilheira dos Ghats Ocidentais.
Quatro das sete espécies de rãs noturnas que os cientistas da Universidade de Deli acabam de apresentar ao mundo têm entre 12,2 e 15,4 milímetros. Por não chegarem aos 18 milímetros são consideradas miniaturas. Não devem andar muito longe, portanto, do tamanho de uma joaninha ou de uma abelha.
Os cientistas que as descobriram espantaram-se não só com as novas espécies, mas também com a sua abundância naquela região.
“Novas” elas só são mesmo para o Homem, porque pertencem a uma linhagem de rãs que se espalharam pelo território indiano há cerca de 70 ou 80 milhões de anos, revelam os seus descobridores.
Para serem reconhecidas como novas espécies, estes animais foram sujeitas a exames em laboratório: fizeram, por exemplo, testes de ADN, exames de bioacústica e foram alvo de comparações morfológicas pormenorizadas.
Ficamos então a saber que o género das rãs noturnas é maior do que se pensava. Até aqui eram conhecidas 28 espécies e, destas, apenas três eram miniaturas. Agora são 35 e há 7 miniaturas.
As descobertas costumam ser momentos felizes, mas esta chega acompanhada de grandes preocupações: “entre as sete novas espécies, cinco enfrentam ameaças consideráveis e requerem conservação imediata”, pois os seus habitats estão fora das zonas de proteção e sob ameaça de serem destruídos ou perturbados pela atividade humana, transmite o investigador principal, o Professor SD Biju.
Uma curiosidade: o número de anfíbios descobertos aumentou muito na última década. Entre 2006 e 2015, das 1581 espécies descobertas a nível mundial, o maior número pertence à Mata Atlântica brasileira (182), seguida pelos Gaths Ocidentais e Sri Lanka (cerca de 159).