Pierre de Coubertin e a origem dos Jogos Olímpicos da Era Moderna

“O mais importante nos Jogos Olímpicos não é ganhar, mas participar. Assim como o mais importante na vida não é a vitória, mas a luta.”

Por Rita Nunes (IHC-FCSH-UNL / Comité Olímpico de Portugal)*

Pierre de Coubertin, a quem pertencem as palavras que fazem a entrada deste artigo, nasceu em Paris (França) no dia 1 de janeiro de 1863. Desde jovem foi um apaixonado pelo desporto tendo praticado diversas modalidades desportivas: remo, esgrima, equitação, ciclismo e ténis.

Como pedagogo e historiador teve como objetivo melhorar o sistema educativo francês, para isso, percorreu vários países para recolher as melhores experiências, destacando-se as suas visitas aos colégios ingleses e americanos.

Em 1894 organizou, na Universidade de Sorbonne, em Paris, um Congresso Internacional onde apresentou o projeto de realização de um evento multidesportivo, periódico e de cariz universal, inspirado no que se fazia na Grécia antiga.

A decisão de se organizarem novamente Jogos Olímpicos foi tomada no dia 23 de junho de 1894. Nessa data é também criado o Comité Olímpico Internacional (COI), entidade máxima do Movimento Olímpico.

Dois anos mais tarde, de 6 a 15 de abril de 1896, a cidade grega de Atenas, organizou os I Jogos Olímpicos da era moderna. Após a realização dos Jogos, Pierre de Coubertin, também conhecido por Barão de Coubertin tornou-se presidente do Comité Olímpico Internacional e permaneceu nesse cargo até 1925. Nessa data foi-lhe atribuído o título de Presidente Honorário dos Jogos Olímpicos, título esse que não foi atribuído a nenhum outro presidente. 

Foram vários os contributos que Pierre de Coubertin deu ao Movimento Olímpico, destacando-se os seguintes:

• Elaboração da Carta Olímpica original (documento orientador do Comité Olímpico Internacional que reúne os princípios fundamentais e as normas de organização e funcionamento do Movimento Olímpico);

• Promoção da introdução da modalidade desportiva – Pentatlo Moderno (composta pelas provas de tiro, natação, esgrima, equitação e corrida) nos Jogos Olímpicos de Estocolmo em 1912;

• Criação em 1914 da Bandeira Olímpica. Formada por cinco anéis interlaçados com as cores: azul, preto, vermelho, amarelo e verde que num fundo branco, representam a união dos continentes e a universalidade;

• Associação ao Movimento Olímpico do lema “citius, altius, fortius” (o mais rápido, o mais alto, o mais forte) que foi criado pelo Padre Henri Didon;

• Redação do Juramento Olímpico que foi proclamado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, em 1920.

Pierre de Coubertin casou, em 1895, com Marie Rothan e tive dois filhos: Jacques e Renée.

Dedicou toda a sua vida ao sonho de recriar os Jogos Olímpicos e o Movimento Olímpico. No dia 2 de setembro de 1937, aos 74 anos, durante um passeio em Genebra (Suíça), foi vítima de um ataque cardíaco, na sequência do qual morreu. A seu pedido, o seu coração foi depositado em Olímpia, cidade berço dos Jogos Olímpicos da Antiguidade.

Fotos: 1 – Bandeira Olímpica, Jogos Olímpicos 1920 (Fonte: http://Insidethegames.biz); 2 – Pierre de Coubertin (Fonte: Library of Congress, Washington); 3 – Membros do Comité Olímpico Internacional – Reunião a 10/04/1896 (fonte: http://olympic-museum.de); 4 – Poster dos Jogos Olímpicos de Atenas de 1896.

(*) Publicada ao dia 30 de cada mês, a rubrica “História, Desporto e Olimpismo” é dedicada ao estudo das origens e evolução do desporto e do Movimento Olímpico em Portugal. Resulta de uma parceria entre o Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC – UNL) e o Jornalíssimo e tem a coordenação científica de Rita Nunes, Diretora do Gabinete de Estudos e Projetos do Comité Olímpico de Portugal e investigadora do IHC.

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