2018 é o Ano Europeu do Património Cultural
Doze meses para celebrar um património comum a todos os europeus
Por Dora Resende Alves* – Universidade Portucalense Infante D. Henrique
Dos locais arqueológicos à arquitetura contemporânea, dos castelos medievais às tradições folclóricas e às artes, o património cultural da Europa está no centro da identidade coletiva dos cidadãos europeus.
O Ano Europeu de 2018 destaca esta riqueza do património cultural da Europa, salientando o seu papel na promoção de um sentimento partilhado de identidade e na construção do futuro europeu.
Desde 1983 que, anualmente ou de dois em dois anos, a União Europeia (UE) escolhe um tema para celebrar e, assim, sensibilizar os cidadãos e chamar a atenção dos governos nacionais para as questões com ele relacionadas.
Por muito diversos que sejam os temas escolhidos, eles são sempre o reflexo de preocupações das organizações europeias e dos Estados-Membros.
Ora, o património cultural é uma fonte de crescimento e de emprego. Milhões de postos de trabalho na UE estão indiretamente ligados ao património e milhares de pessoas trabalham no setor do património cultural da UE.
Por essas razões, e também porque alguns dos tesouros do património cultural estão atualmente ameaçados ou a ser destruídos deliberadamente em zonas de conflito, a Comissão considerou que o património cultural merecia um ano europeu em 2018.
Trata-se, afinal, de um tema muito caro à União Europeia. Entre os objetivos da UE conta-se a promoção dos valores dos seus povos (aí se inclui o respeito pela riqueza da diversidade cultural, bem como a salvaguarda e desenvolvimento do património cultural europeu) e, nas políticas a desenvolver pela UE, está consagrado o incentivo da diversidade cultural (e, de novo, o património comum é evidenciado).
Os anos europeus têm-se revelado um instrumento eficiente no que diz respeito a posicionar alguns assuntos no topo da agenda da UE. O nível alargado de participação num período de tempo definido mobiliza o sistema político no sentido de assumir compromissos para divulgar, debater e transmitir ideias sobre um tema específico. Estes anos temáticos são, ainda, uma forma de focar as atenções internacionais num determinado tema. E as celebrações podem ser, e são cada vez mais, promovidas pelos poderes nacionais como meio de dinamizar eventos e realizações que, sem dúvida, comportam vertentes económicas.
A escolha de 2018 como Ano Europeu do Património Cultural é, portanto, uma forma de aperfeiçoar o conhecimento e a difusão da cultura e da história dos povos europeus, e de promover o acesso ao património cultural reforçando a sua dimensão europeia.
Cada ano europeu é objecto de uma campanha de sensibilização a nível europeu e a nível nacional, nos países visados. O mesmo acontecerá neste Ano Europeu do Património Cultural 2018, em que serão organizados uma série de eventos sobre o tema escolhido.
Podes ir acompanhando o que acontece neste Ano na página oficial criada para esta celebração.
(*) Publicada ao dia 20 de cada mês, a rubrica “História e Europa” é dedicada às ideias e aos protagonistas do projeto europeu. Resulta de uma parceria entre o Instituto de História Contemporânea da Universidade de Lisboa (IHC – UNL) e o Jornalíssimo e tem a coordenação científica de Isabel Baltazar e Alice Cunha, doutoradas em História pelo IHC-UNL.