Combatendo estereótipos no Instagram
Os jovens africanos criaram uma ‘hashtag’ para mostrar a África que não passa nos media.
Dia 25 de maio é o Dia de África. Neste dia, em 1963 (há 54 anos, portanto), foi fundada na Etiópia a Organização de Unidade Africana (hoje União Africana) com o intuito de lutar pela independência daquele continente, pondo fim à colonização europeia e ao ‘Apartheid’.
Foi este dia que, em 1972, a ONU escolheu para ser celebrado internacionalmente como o Dia da Libertação de África ou, simplesmente, Dia de África.
Antes de prosseguires a leitura deste artigo, lançamos-te um desafio: pensa por breves instantes em África. Que imagens te surgem?
Se te vieram à cabeça cenas de fome, de guerra, de catástrofes naturais, a ‘hashtag’ que os jovens africanos criaram há já cerca de dois anos – #TheAfricaTheMediaNeverShowsYou – continua a fazer sentido.
Muitas das imagens que criamos do mundo são construídas a partir das mensagens que nos chegam através dos meios de comunicação social. Daí que a forma como os lugares, mas também certos grupos sociais (como os jovens, por exemplo), são representados nos media desperte tanto interesse.
Ora, os jovens africanos acham que as imagens de África que passam nos media (nomeadamente nos media dos outros continentes) contribuem para reproduzir estereótipos (de pobreza, de guerra, de fome). Esta perspetiva crítica, levou-as a criar uma ‘hashtag’ para difundir outras dimensões de África que julgam não passar nos media.
“Cresci a ver imagens negativas da terra onde nasci, que dão uma imagem desoladora do continente”, disse Diana Salah, uma das dinamizadoras da ‘hashtag’ #TheAfricaTheMediaNeverShowsYou ao site ‘fusion.net’, quando esta iniciativa começou.
Se quiseres espreitar essa outra África pesquisa por essa etiqueta e verás que encontras imagens de africanos muito ‘fashion’, de arte africana (também digital), ‘links’ para trabalhos de músicos e bailarinos daquele continente, paisagens de cortar a respiração, tradições, animais, biodiversidade.
A ‘hashtag’ já não está no seu auge, é certo, mas continua a permitir “viajar” um pouco pelo continente que tanto diz a Portugal e adotar uma perspetiva crítica face às imagens que lhe estão associadas.