ERASMUS: 30 anos de mobilidade estudantil na Europa

Mais de 100 mil estudantes portugueses já participaram neste programa.

Alice Cunha e Yvette Santos (*) – Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Há 30 anos, a 15 de junho de 1987, foi criado o programa ERASMUS, que significa ‘European Community Action Scheme for the Mobility of University Students’, mas que também se refere à figura importante de Erasmus de Roterdão, intelectual que estudou em diversas universidades europeias, a partir do final do século XV.

Desde a sua implementação que o ERASMUS tem conquistado sucessivas metas e crescido em dimensão e impacto. As várias fases que marcaram os 30 anos deste programa, assim como os vários alargamentos da União Europeia, têm permitido aumentar os destinos e o leque dos beneficiários (estudantes, professores, pessoal não docente). Para assegurar a sua sustentabilidade, foi criado um esquema de mobilidade através da concessão de bolsas individuais a estudantes e do reconhecimento de diplomas.

Os objetivos do ERASMUS também têm sido alterados e/ou complementados ao longo da sua história, incluindo, por exemplo, a criação de uma consciência europeia; e ajudar os estudantes a adquirir aptidões sociais, tais como a independência e o respeito intercultural, e a melhorar as suas competências linguísticas.

No ano letivo 1987-1988 – o primeiro ano do ERASMUS – foram 3244 os estudantes que realizaram uma estadia no estrangeiro, sendo 25 deles portugueses. Em 2013/2014, esse número elevou-se para os 200 mil, numa subida quase ininterrupta do número de estudantes. No total, ao longo destes 30 anos, já foram mais de 100 mil os estudantes portugueses que participaram no ERASMUS, com uma representação significativa de mulheres e também de estudantes com necessidades especiais.

A França, a Espanha e a Itália e, mais recentemente, os países da Europa Central e de Leste, constituem os principais países de destino dos estudantes portugueses, oriundos principalmente das áreas de Gestão, das Ciências Sociais, das Línguas e da Engenharia e, mais recentemente, das Ciências Médicas.

Embora o ERASMUS não seja o único programa de intercâmbio estudantil, desde o seu início que tem sido um importante instrumento de europeização e de internacionalização dos estudantes e das universidades portuguesas e europeias; e tem oferecido aos estudantes a oportunidade de conhecerem a vasta diversidade e riqueza cultural europeia.

Atualmente, o novo programa ERASMUS+ procura incentivar a mobilidade não somente no espaço europeu mas também no resto do mundo, assegurando assim uma maior internacionalização dos estudantes e do espaço universitário europeu.

Se ficaste interessado e queres saber mais sobre este Programa, vai a: https://erasmusmais.pt/ e/ou a https://ec.europa.eu/programmes/erasmus-plus/about_pt

(*) Publicada ao dia 20 de cada mês, a rubrica “História e Europa” é dedicada às ideias e aos protagonistas do projeto europeu. Resulta de uma parceria entre o Instituto de História Contemporânea da Universidade de Lisboa (IHC – UNL) e o Jornalíssimo e tem a coordenação científica de Isabel Baltazar e Alice Cunha, doutoradas em História pelo IHC-UNL.

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