Na maior parte do mundo a liberdade de imprensa é uma miragem
3 de Maio é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Dados dos Repórteres sem Fronteiras mostram o muito que há a fazer neste campo.
A liberdade de imprensa é um assunto que não diz respeito apenas a jornalistas. Se os media estão doentes, padecem de males como falta de liberdade ou de independência, controle por parte de forças políticas ou económicas, toda a sociedade deveria preocupar-se.
Porquê? Porque a liberdade de imprensa é um pilar da democracia; porque só dispondo de informação livre e independente os cidadãos podem fazer escolhas e ser realmente livres.
A organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF), criada há 30 anos com o propósito de defender e promover a liberdade de imprensa, estima que quase metade da população mundial não tenha acesso a uma informação livre.
Todos os anos, aquela organização internacional mede o estado da liberdade de imprensa em 180 países de todo o mundo e o retrato é preocupante. A escala tem cinco níveis e, em 2016, apenas 53 países se encontram nos dois primeiros – situação boa (1º nível) ou razoável (2º nível).
Ou seja, os demais 127 não gozam de boa saúde no que a este tema diz respeito: têm problemas significativos (3º nível), vivem uma situação difícil (4º nível) ou uma situação muito grave (5º nível).
No topo da lista, com uma “boa situação” estão a Finlândia, os Países Baixos e a Noruega. No extremo oposto, estão o Turquemenistão, a Coreia do Norte e a Eritreia.
Quanto aos países de língua oficial portuguesa que aparecem no ranking, a posição é a seguinte: Portugal (23º lugar no ranking, 2º nível), Cabo Verde (32º, 2º nível), Guiné-Bissau (79º, 3º nível), Moçambique (87º, 3º nível), Timor (99º, 3º nível), Brasil (104º, 3º nível), Angola (123º, 4º nível).
2016 ainda não vai a meio e a RSF já conta, também, 13 jornalistas mortos e 151 presos pelo exercício da sua profissão. Regista, ainda, 162 internautas presos por expressarem as suas opiniões em países onde a liberdade de expressão e de opinião continua a ser uma miragem.
É importante saberes que esta organização não se limita a elaborar relatórios. A RSF promove ações de sensibilização para a liberdade de imprensa, denuncia casos de violação desta liberdade, apoia jornalistas em situação de perigo e fornece informação preciosa.
Se entrares no site da RSF podes conhecer 100 jornalistas que são “heróis da informação” ou, pelo contrário, saber quem está na lista negra da organização, na “galeria dos predadores”.
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