Borboletas-monarcas: campeãs de voo
Protagonistas de uma das mais sensacionais migrações, estas borboletas voam cerca de 4000 quilómetros sem parar.
Por estes dias, e até ao final de Março, um planalto no centro do México, recebe milhares de turistas que querem ver de perto as borboletas mais viajadas do mundo.
Pintadas de cor-de-laranja e negro, as inconfundíveis borboltas-monarcas, que não chegam a ter um grama de peso, proporcionam um espetáculo único.
Uma cortina de borboletas
Todos os anos, chegam ao México em novembro, fugindo dos invernos rigorosos no norte dos Estados Unidos e do Canadá. Mas é em fevereiro e março, quando o tempo aquece, que se mostram em todo o seu esplendor numa área que não tem mais de 100 quilómetros quadrados e é consiiderada Reserva da Biosfera.
Nestes dois meses, a espécie que se distingue das demais borboletas pela longevidade (chegam a viver oito meses, enquanto muitas borboletas vivem apenas 24 horas) reproduz-se.
São as larvas, nascidas de pequenos ovos, que em março, quando já forem borboletas, irão empreender a viagem de regresso ao norte dos Estados Unidos e ao Canadá. As borboletas adultas já não as acompanharão, uma vez que, depois de se reproduzirem, lhes resta pouco tempo de vida.
Um “GPS” nas antenas
Sem que tenham sido ensinadas, as pequenas borboletas irão repetir a viagem que os seus pais fizeram um ano antes e voltar ao México em novembro para terminarem o seu ciclo de vida.
A forma como estas borboletas se orientam foi um mistério para os cientistas durante muitos anos. Em 2009, uma equipa de investigadores publicou um estudo na revista Science, em que revelava o segredo.
Através de uma série de experiências, conseguiram perceber que a “bússola” destes insectos está nas antenas. São elas as responsáveis por ler a posição do sol que lhes permite decidir o caminho a seguir.