Dois gémeos astronautas numa experiência inédita
Um fica em Terra, o outro vai um ano para o Espaço. Genes iguais, localizações diferentes. O que acontece?
Scott parte hoje para o Espaço, dentro de uma nave que será lançada do Cazaquistão com destino à Estação Espacial Internacional (foto abaixo). Mark fica em terra. Os gémeos Kelly, de 51 anos, vão permitir à NASA testar o que acontece a quem fica sujeito aos efeitos da microgravidade durante um largo período de tempo.
A missão começa hoje e daqui por um ano, Scott deverá deter o recorde do astronauta norte-americano que mais tempo viveu no Espaço. Até agora, a marca pertence a Michael López-Alegria (sete meses). Ficará 365 dias no Espaço, juntamente com o russo Gennady Padalka, que será seu companheiro nesta viagem.
Embora com os pés na Terra, Mark também integra a missão. Os dois gémeos vão ser alvo de vários exames comparativos em quatro áreas: fisiologia, saúde comportamental, estudos moleculares e de microbiologia.
No campo da fisiologia, os investigadores querem encontrar respostas para perguntas como esta: “Será que uma longa permanência no espaço provoca alterações em órgãos como o coração, os músculos ou o cérebro?”
A nível comportamental, procura-se saber os efeitos dessa estadia prolongada na perceção, no raciocínio, no estado de alerta ou na tomada de decisão. Já os estudos de microbiologia abordarão questões relacionadas com as consequências da diferença de alimentação, entre o gémeo que fica em terra e o que vai para o espaço, no intestino.
Por fim, os investigadores moleculares vão analisar comparativamente amostras de saliva, sangue ou urina dos dois irmãos para avaliar questões genéticas.
A NASA diz na sua página que esta é uma “oportunidade única”, pois pela primeira vez uma experiência da Agência integrará técnicas de biologia molecular do século XXI, praticadas em escolas médicas e hospitais de vanguarda.
Neste vídeo, a investigação é explicada de forma pormenorizada.