1º de Maio: um dia com 125 anos

Desde 1890 que se comemora, em muitos países, o Dia do Trabalhador. Sabes porquê?

Para encontrar a origem do 1º de Maio é preciso fazer uma longa viagem no tempo, recuar a 1886 e aterrar em Chicago. Neste mesmo dia, há 129 anos atrás, milhares de trabalhadores daquela cidade norte-americana fizeram uma greve para reivindicar uma jornada de oito horas de trabalho.

Convém lembrar que os tempos da Revolução Industrial não estavam, então, muito distantes. As massas que tinham deixado o campo e rumado às cidades para trabalhar em fábricas mal sabiam o que era ter direitos. Sabiam, apenas, que o direito a um salário implicava trabalhar horas a fio e cumprir cegamente as regras impostas pelo empregador, fosse qual fosse o seu grau de sensatez.

Naquele 1 de Maio de 1886, quase 40 anos passados sobre a publicação do célebre “Manifesto Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels (pais do Socialismo Científico), a luta não se resumiu à greve. Nesse dia, e nos seguintes, os trabalhadores saíram às ruas para reivindicar a redução do horário de trabalho e para se oporem à exploração por patrões, que os viam mais como máquinas do que como seres humanos.

Num desses momentos de protesto, já a 4 de maio, uma bomba rebentou no meio da multidão. Alguns trabalhadores morreram, dezenas ficaram feridos, os mais altos dirigentes sindicais foram presos pelas autoridades – alguns acabariam mesmo condenados à pena de morte.

Três anos depois, os trágicos acontecimentos na Praça de Haymarker, em Chicago, não tinham sido esquecidos. Nem em Chicago, nem na América, nem no mundo.

Os trabalhadores não desistiram de uma luta que extravasava já fronteiras. Num momento de união de líderes de movimentos sindicais e operários de vários pontos do globo, ocorrido em Paris a 1889, decidiram convocar uma manifestação internacional para o dia 1 de Maio de 1890 e para todos os dias 1 de Maio futuros:

“Deve organizar-se uma grande manifestação internacional numa mesma data, de tal maneira que os trabalhadores de cada um dos países e de cada uma das cidades exijam simultaneamente das autoridades públicas limitar a jornada laboral a oito horas e cumprir as demais resoluções deste Congresso Internacional de Paris”.

Também em Portugal, o Dia do Trabalhador passou a ser assinalado logo a partir de 1890. Com a implantação da República, a 1910, as comemorações do Dia foram facilitadas, mas voltaram a complicar-se durante o Regime Fascista, que as reprimia. Seria preciso esperar por 1974 para o 1º de Maio passar a ser feriado nacional e poder ser comemorado pelos trabalhadores em liberdade.

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