Nomes para estrelas e exoplanetas procuram-se!

Há uma campanha para chamar Lusitânia a uma estrela e Adamastor, Esperança, Caravela e Saudade aos seus planetas.

Se alguma vez tiveste o sonho de batizar estrelas e planetas tens uma oportunidade única à tua espera.

A União Astronómica Internacional (IAU) está a promover um concurso online para dar nome a sistemas planetários, numa atitude inédita deste organismo, responsável por atribuir nomes oficiais aos corpos celestes.

É a primeira vez que a IAU abre este processo de batismo à população, permitindo a cibernautas de todo o mundo escolher o nome a dar a vinte sistemas planetários.

Uma parte do processo está feita: clubes de astronomia de todo o mundo apresentaram quase duas centenas e meia de sugestões. São essas que estão disponíveis para votação, até ao dia 31 de outubro, na página do concurso NameExoWorlds, à qual podes aceder aqui.

O que a IAU te pede é que “viajes” por todas as propostas apresentadas naquela página, onde podes ficar a conhecer melhor os vinte sistemas em questão, e escolhas a que mais gostas. Para cada sistema, a proposta que obtiver maior número de votos será a vencedora.

Entre as sugestões a votação, uma é bem portuguesa – foi apresentada pelo Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, com o apoio do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA). Em baixo, tens uma imagem da campanha internacional que estão a promover para tentar vencer o concurso.

Se ganhar, os elementos que integram o sistema ‘mu Arae’ (na foto de abertura deste artigo, um dos vinte que integram este concurso) irão chamar-se Lusitânia (a estrela), Caravela, Adamastor, Esperança e Saudade (os planetas).

Há uma razão para o Planetário do Porto ter feito esta proposta: um dos exoplanetas do sistema ‘mu Arae’ foi descoberto por uma equipa de investigadores, liderada por um português, Nuno Cardoso Santos, investigador do IA.

Para o cientista, haver algures no Espaço, corpos celestes chamados Lusitânia, Caravela, Adamastor, Esperança e Saudade faria sentido. Mas, mais do que isso: “faria justiça ao trabalho nesta área desenvolvido em Portugal” e “ajudaria a reforçar a perceção positiva sobre a qualidade e o impacto da ciência que se faz no nosso país, em particular na área das ciências do Espaço”.

O investigador do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa José Afonso deixa-se levar pelo sonho quando fala sobre esta possibilidade de, pela primeira vez, dar nomes portugueses a um sistema planetário.

Diz ele que, “talvez num futuro não muito distante, os nossos descendentes assistam ao desembarque de colonizadores humanos nas ‘costas’ do planeta Esperança e se recordem da origem do seu nome”.

o ‘mu Arae’ fica a 50 anos-luz da Terra e tem quatro exoplanetas conhecidos, em órbita da sua estrela, visível a olho nu na constelação do Altar.

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