Essena O’Neill: nem tudo o que parece é
A menina bonita das redes sociais, na Austrália, fartou-se e criou um site para denunciar um mundo “de aparências”.
Em teoria, Essena O’Neill tinha tudo o que qualquer jovem deseja: uma cara bonita, um corpo perfeito, milhares de seguidores nas redes socias (superava os 500 mil no ‘Instagram’, os 250 mil no ‘YouTube’ e no ‘Tumblr’, uma média de 60 mil visualizações no ‘Snapchat’).
Os seus posts, fotos sobretudo, eram acompanhados de incontáveis ‘likes’. Essena era tão popular que começou a ganhar imenso dinheiro a fazer publicidade a roupa nas suas contas nas redes sociais.
Na prática, contudo, a história era outra: a felicidade que transparecia nas imagens que publicava era “falsa”. Cada imagem era fruto de uma cuidada construção, de horas de ensaios. Os sorrisos eram forçados, o acne escondido à custa de muita maquilhagem, revela, admitindo um “sentimento de vazio” e o ter ficado “viciada em likes”.
Ser uma ‘social media star’ era o sonho de Essena quando tinha 15 anos. Conseguiu. No passado dia 3 de novembro fez 19 anos e fartou-se. Apagou todas as suas contas (sobrou a do ‘Instagram’, que usou para revelar os “bastidores” de cada foto, mas entretanto deixou de estar pública) e contou aos fãs que o que viam não passava de um teatro.
Essena decidiu criar um site, com um nome elucidativo: “Let’s Be Game Changers“. É isso que sente: que viveu o jogo de uma “sociedade de um perfecionismo artificial”. O site serve para denunciá-lo. Para alertar que não devemos acreditar em tudo o que vemos, para “despertar” aqueles que vivem presos à “aprovação dos likes”.
Partilha, ainda, aqueles que são realmente os seus interesses e fala da sua experiência como estrela das redes sociais, em textos e vídeos. Quando se pergunta a si própria o porquê de ter entrado neste jogo, chega a uma conclusão – ao ter passado os dias a olhar para os ecrãs do telemóvel e do computador a ver a vida dos outros, começou a pensar que a sua vida não era suficientemente boa.
Hoje, voltar a ter uma vida real, por oposição à virtual que viveu nos últimos anos, parece ser tudo o que Essena quer.