A ONU quer os superpoderes da ‘Wonder Woman’

E nomeou-a embaixadora honorária para empoderar mulheres de todas as idades.

Seria bom que a ONU tivesse superpoderes, como os heróis de banda-desenhada, para por fim a alguns dos grandes desafios com que se depara na atualidade.

Ao nomear a heroína da ‘DC Comics’ “Embaixadora Honorária para o Empoderamento das Mulheres e Raparigas“, a ONU tira partido – se não dos seus superpoderes – de, pelo menos, um poder da ‘Wonder Woman’: a popularidade.

A “Super-Mulher” é um ícone do feminismo que tem atravessado gerações e, aos 75 anos, está prestes a ter um filme em nome próprio, que deverá estrear-se na próxima primavera, com a atriz isarelita Gal Gadot a vestir a pele da personagem.

“FILHA” DO INVENTOR DO DETETOR DE MENTIRAS

Mas voltemos às origens. A ‘Wonder-Womem’ nasceu da imaginação de um psicólogo, William Moulton Marston (o inventor do detetor de mentiras) que, ao criá-la, quis romper com um mundo de banda desenhada dominado por personagens masculinas e um universo algo violento.

E não só. Como conta uma investigadora da vida e obra do psicólogo à revista brasileira ‘Época’, Marston era defensor da leitura de banda-desenhada por crianças e jovens e achava que a ‘Mulher-Maravilha’ (em português do Brasil) os ensinaria a combater “o ideal de superioridade masculina e preconceito contra as mulheres”, transmite Jill Lepore.

Corajosa, confiante, determinada, a personagem não receia os companheiros de BD do sexo oposto. E surge nas histórias com a mesma força que eles.

UMA ESCOLHA POLÉMICA

Ao escolhê-la como Embaixadora, a ONU quer chamar a atenção de crianças e jovens para a importância de alcançar a igualdade de género e o empoderamento feminino (no fundo, como o psicólogo Marston o fez há 75 anos).

Esse é o 5º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ao todo, são 17 e foram estabelecidos no ano passado, com vista a 2030) e segundo Cristina Gallach, da ONU, apesar dos progressos verificados no campo da igualdade de género em várias partes do globo, “mulheres e meninas continuam a sofrer discriminação e violência”.

Dar o papel de “embaixadora da ONU” a uma mulher do mundo da ficção gerou, porém, grande controvérsia e há mesmo um abaixo-assinado a correr em que se pede que a decisão seja reconsiderada.

Entre os argumentos contra está o facto de a ‘Wonder Woman’ ser uma ‘pin-up girl’ e não ser real, quando haveria tantas mulheres de carne e osso capazes de assumir o papel.

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