Este ano, o Icehotel tem toque português
João Mota e Volker Schnüttgen esculpiram um dos 35 quartos do Hotel do Gelo, na Suécia.
Todos os anos, quando o frio polar chega ao norte da Suécia, dezenas de artistas de todo o mundo põem mãos à obra para erguer o Hotel de Gelo, com o equivalente a 700 milhões de bolas de neve.
O Icehotel é provavelmente o mais efémero hotel do mundo. Desde 1989 que, todos os anos, é construído em outubro/novembro, com uma mistura de gelo e neve (a chamada “snice”), e derrete depois em abril, quando a Primavera começa a aquecer o topo do mundo.
A cada ano, centenas de artistas plásticos do mundo inteiro submetem as suas propostas para terem o privilégio de esculpir um quarto temático no primeiro ‘Icehotel’ do mundo.
Este ano, para a 27ª edição do ‘Icehotel’, foram selecionados cerca de 70 artistas entre 200 concorrentes. Pela primeira vez, o projeto de uma dupla portuguesa esteve entre os escolhidos. Os artistas plásticos João Mota e Volker Schnüttgen (alemão radicado em Sintra) esculpiram o quarto “infinitlove”(ainda não há imagens disponíveis).
Hoje, dia 30, estão de regresso a Portugal, depois de vários dias de trabalho em Jukkasjärvi, a pequena localidade onde o hotel (que tem também uma capela, um bar e uma galeria de arte feitos em gelo) fica situado, 200 quilómetros acima do Círculo Polar Ártico, na Lapónia sueca.
Além do “amor infinito” que inspirou a dupla portuguesa há, por exemplo, uma “casa de cartas” (foto acima do projeto), uma suite ‘Art Deco’, outra com ondas, que dá a sensação de se estar no fundo do mar; uma floresta de cristal; um quarto inspirado no ‘Palais Idéal’, que o carteiro francês Ferdinand Cheval construi com as pedras que recolheu durante 33 anos (foto de abertura deste artigo).
Para fazerem o quarto, João Mota e Volker Schnüttgen, tal como os outros artistas, contaram com a ajuda de técnicos de iluminação e especialistas neste material tão particular, o tal “snice”, extraído do rio mesmo ao lado do hotel: o rio Torne, um dos últimos rios selvagens que corre na Europa.
O hotel, este ano, vai abrir ao público a 16 de dezembro. Com uma novidade: foi construído outro edifício em gelo que terá a duração de um ano. Quando o calor começar a derreter o ‘Icehotel’, este novo ‘Icehotel 365’ continuará a funcionar.
Ou seja, os turistas que não têm coragem para se aventurarem no inverno do Ártico, poderão viver a experiência de dormir num quarto com temperaturas entre os 5 e os 7 graus abaixo de zero, também nos meses quentes. O ‘Icehotel 365’ inaugura amanhã, 1 de dezembro.
Os quartos deste novo hotel aberto todo o ano serão mantidos gelados graças a uma estrutura de painéis solares instalada no telhado do ‘Icehotel 365’. Com o sol da meia-noite, as condições são as ideias para gerar energia elétrica a partir do sol.
Uma noite aqui é um luxo gelado. O quarto para duas pessoas fica por cerca de 250 euros e dá direito a dormir dentro de um saco-de-cama térmico, sobre uma pele de rena. Os hóspedes são acordados com uma bebida bem quente e vão para a sauna antes de tomarem um merecido pequeno-almoço.
NOTA: As fotos não identificadas são da edição do ano passado do Icehotel, pois a maioria dos quartos da edição deste ano continua no segredo dos deuses. É o caso do quarto da dupla portuguesa.