Quando o Big Mac ensina economia, isso é “Burgernomics”

O ‘Big Mac Index’ da ‘The Economist’ permite comparar o custo de vida entre países.

Se vês a economia como um tema pouco apetitoso, talvez o Índice Big Mac – que compara o preço do célebre menu da Mc Donald’s em dezenas de países do mundo – te consiga abrir o apetite.

A prestigiada revista de economia britânica ‘The Economist’ encontrou uma forma original de, como a própria refere, “tornar a teoria da taxa de câmbio mais digerível”. 

Trata-se de um índice informal que, não sendo científico, é muito mais tangível do que os índices económicos convencionais.

Como tem em conta o preço de um produto que nos é familiar (o Big Mac) torna-se num indicador facilmente compreensível para o cidadão comum. Para os economistas, como explica a ‘The Economist’ tem também uma vantagem: “Ao não variar muito de país para país ou de ano para o ano (…) torna-se uma referência útil para avaliar a força das moedas e até mesmo o tamanho das economias”.

O Índice que podes consultar aqui (o último de 2006, foi publicado em julho) permite ficar com uma ideia do custo de vida nos 44 países analisados (a zona Euro conta como um só país).

O gráfico está centrado no dólar americano e no seu valor relativo e permite ver de imediato que quase todas as moedas estão desvalorizadas face ao dólar.

Na realidade, só três moedas de três países estão mais fortes face a ele, segundo o Índice Big Mac. São eles: a Suíça, a Noruega e a Dinamarca. 

Os países da Zona Euro juntos têm, em média, o 11º Big Mac mais caro do mundo. O Brasil fica logo a seguir aos E.U.A. Está em 6º lugar no ranking quando, no Índice anterior, estava em 18º. 

É curioso ver as variações que ocorreram no preço do Big Mac em alguns países, desde julho, altura em que o Índice foi lançado.

A agência Bloomberg nota que o preço do menu do Mc Donald’s caiu, no início de 2017, no México para 2,05 USD quando em julho custava 2,37 USD. O preço reflete bem a queda do peso mexicano que sofreu com a vitória de Donald Trump e a sua promessa de construir um muro entre os dois países.

Já o real foi valorizado e isso teve repercussão no preço do menu. Custava 4,78 USD em julho e custa agora €5,24.

Segundo este peculiar Índice, que permite um olhar mais próximo do valor das várias moedas, o custo de vida desceu no México e aumentou no Brasil.

Referência:

Estados Unidos (5º lugar): 5,04 USD

Topo da lista:

1º) Suíça: 6,59 USD
2º) Noruega: 5,51 USD
3º) Suécia: 5,23 USD

Fundo da lista:

44º) Rússia: 2,05 USD
45º) Malásia: 1, 99 USD
46º) Ucrânia 1,57 USD

Zona Euro (11ª posição): 4,21 USD (€3,82)

Acedendo ao Excel com os dados de todos os países, vemos que o preço do Big Mac em Portugal fica abaixo da média da Zona Euro. Por cá custa apenas €3 (como na Grécia ou na Estónia), acima da média ficam países como a Espanha, Itália e Alemanha (€4) e, na Finlândia, o preço ascende aos €5.

O vídeo seguinte (em inglês) explica de forma detalhada o funcionamento do Índice Big Mac. Os valores são diferentes dos que apresentamos neste artigo porque dizem respeito ao penúltimo Índice publicado pela ‘The Economist’.

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