Macron é o novo Presidente francês. E agora?

Em França segue-se a “3e tour”, as eleições legislativas de junho.

A França acaba de eleger o seu 25º Presidente da República, que é o mais jovem de sempre. Desde Napoleão Bonaparte, que se tornou imperador aos 35 anos, a França não tinha um líder tão jovem.

Emmanuel Macron tem 39 anos e conquistou no dia 7 de maio, 66,10% dos votos dos franceses, na segunda volta das eleições presidenciais, em que a sua adversária Marine Le Pen, da extrema-direita, conseguiu 33,90% e a abstenção foi de 22,63% (a mais alta desde 1969).

Os eleitores só começaram a ouvir falar em Emmanuel Macron há cerca de três anos quando, em 2014, se tornou Ministro da Economia de François Hollande, o presidente socialista cessante.

Em agosto de 2016, Macron deixou o cargo ministerial para se apresentar como candidato a estas eleições, com o movimento que fundou e que tem as iniciais do seu nome: ‘En Marche!’, apresentado como não sendo “nem de direita nem de esquerda”.

A cerimónia de tomada de posse de Emmanuel Macron teve lugar ontem, domingo 14, altura em que Hollande passou ao novo Presidente as chaves do Palácio do Eliseu, a residência oficial do presidente da República Francesa.

Entretanto, o movimento que criou e com que venceu as eleições passou a partido. Chama-se agora ‘République en marche’ e vai ter vários representantes a concorrer às Eleições Legislativas francesas, marcadas para de 11 a 18 de junho.

Os resultados das Legislativas serão importantes para Macron. Só então se saberá se o Parlamento francês será maioritariamente a favor ou contra o novo Presidente.

Se a última situação ocorresse (ou seja se, em junho, o partido de Macron não ganhasse as Legislativas e o governo eleito não tivesse as mesmas ideias do Presidente da República) não seria uma novidade em França. Mas, neste caso, Macron veria a sua missão de dirigir os destinos do país complicar-se, já que é mais difícil ao Presidente da República trabalhar com um governo que não partilha as suas ideias políticas.

Esta é, contudo, uma hipótese que se afigura possível, uma vez que, nas eleições presidenciais, Macron beneficiou do voto de muitos eleitores que não o tinham como primeira escolha, mas que lhe deram o seu voto para impedir que Marine Le Pen chegasse à Presidência.

Até às Legislativas – a que, dada a sua importância, os franceses se referem como a “3ème tour” (a terceira volta, depois das duas das eleições presidenciais) -, Macron vai trabalhar com um Governo de Transição por si nomeado (escolheu um Primeiro-Ministro próximo do Partido Republicano, mais à direita, Edouard Philippe), que assegurará o funcionamento do Estado apenas até ser conhecido o resultado das Legislativas no próximo mês.

A França tem um sistema semipresidencialista como o nosso. Segundo a Constituição Francesa, o Presidente da República deverá nomear Primeiro-Ministro o líder do partido mais votado nas Legislativas. 

As eleições em França vão, assim, continuar a marcar a agenda mediática internacional até meados de junho. O que se passou até agora é já histórico. Macron é o primeiro Presidente da história recente daquele país a não pertencer a nenhum dos dois principais partidos – o Republicano e o Socialista, que governaram alternadamente a França ao longo dos últimos 50 anos.

Com Emmanuel Macron, a França volta a ter uma Primeira-Dama. Brigitte Macron é conselheira do marido e foi sua professora no Liceu.

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