A desflorestação diminuiu, mas não há só notícias boas

Desde 1990, o mundo perdeu o equivalente à superfície da África do Sul em florestas.

De cinco em cinco anos, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) avalia o estado das florestas do planeta.

Os dados do último estudo foram revelados ontem e permitem concluir que a saúde das florestas mundiais está melhor. Ou talvez seja mais correto dizer assim: está menos mal.

8,5 MILHÕES DE HECTARES POR ANO

A desflorestação continua a ser uma realidade preocupante. O aumento da população e a perda de bosques, sobretudo para a prática agrícola, continuam a implicar uma diminuição da superfície florestal da Terra.

E, como lembra o diretor geral da FAO, José Graziano, isso é grave, pois “as florestas desempenham um papel fundamental na luta contra a pobreza rural, na segurança alimentar e como meio de subsistência das populações. E prestam serviços ambientais vitais, tais como ar e água limpos, conservação da biodiversidade e luta contra as alterações climáticas”.

De 1990 a 2015, desapareceram do mapa perto de 129 milhões de hectares de florestas, ou seja, o equivalente à área da África do Sul. Estamos a falar de cerca de 8,5 milhões de hectares por ano.

BRASIL E CHINA: PÓLOS OPOSTOS

Ainda assim, o ritmo de desflorestação sofreu um abrandamento de cinco por cento entre 1990 e 2015. Os 8,5 milhões de hectares anuais são uma média dos quinze anos. Se virmos ano a ano, esse ritmo tem vindo a diminuir. Nos últimos anos, a média anual de desflorestação situou-se em 3,3 milhões de hectares.

O relatório apresenta muitos dados interessantes. Permite ver, por exemplo, que nestes últimos 15 anos as maiores perdas foram de floresta tropical, em África e na América do Sul.

O Brasil foi o país que perdeu mais floresta (sobretudo na Amazónia), seguido da Indonésia, Birmânia e Nigéria. Já a lista dos países que, pelo contrário, viram a sua superfície florestal aumentar é encabeçada pela China, que implementou uma forte campanha de reflorestação.

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