O carvão é um dos combustíveis mais poluentes | Foto: Nick Humphries/Creative Commons

A eletricidade a partir do carvão já era

Com o fim da Central do Pego termina também esta forma poluente de produzir eletricidade

A notícia era aguardada para o final de novembro, mas chegou alguns dias antes. 19 de novembro de 2021 fica para a história como o último dia em que Portugal produziu eletricidade a partir da queima de carvão.

A nível nacional, este tipo de produção já só existia na Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes, que deveria parar a atividade a 30 de novembro, mas o fim do stock de carvão ditou que o fim fosse antecipado.

Em janeiro deste ano, encerrou também a Central Termoelétrica de Sines, que tinha ainda mais peso nas emissões nacionais de dióxido de carbono.

Rumo à neutralidade carbónica

Os/as ambientalistas celebram: este é um passo decisivo na meta que Portugal estabeleceu de atingir a neutralidade carbónica em 2050. Afinal, o carvão é um dos combustíveis mais poluentes no que diz respeito à emissão de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas.

Em fevereiro, dávamos conta aqui no Jornalíssimo que, em 2020, o uso de energia renovável superava pela primeira vez o dos combustíveis fósseis na Europa. Em Portugal, 59% da eletricidade consumida já era no ano passado proveniente de energias limpas. Os dados de 2021 deverão fazer aumentar esta percentagem.

Em comunicado, a associação ambientalista Zero informa que “entre 2008 e 2019, a Central do Pego representou, em média, anualmente, 4% das emissões totais nacionais de gases com efeito de estufa”, correspondendo a uma média anual em termos absolutos de 4,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Uma “Transição Justa”?

Se, por um lado, o encerramento da Central do Pego vem aliviar os problemas ambientais, não deixa, também, de criar preocupações de outra índole.

Este encerramento deixa 150 trabalhadores no desemprego, criando portanto um problema de natureza social.

A União Europeia tem vindo a criar instrumentos no sentido de apoiar os países nos desafios que resultam do processo de transição para uma economia mais verde, como este que agora se vive na Central do Pego.

Um dos principais instrumentos é um pacote financeiro, que se chama Fundo para uma Transição Justa. Portugal deverá receber um total de 224 milhões de euros neste âmbito.

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