Águias-reais: a nova arma da Força Aérea francesa contra drones indesejados
Batizadas com nome de mosqueteiros, as aves são treinadas para identificarem drones como presas.
Os drones podem representar um sério perigo quando sobrevoam lugares como aeroportos ou centrais nucleares. Preocupadas com esta nova ameaça, as autoridades têm vindo a desenvolver formas de a combater.
A Força Aérea francesa recrutou no verão passado quatro “militares” de peso para ajudarem a combater esta nova ameaça. Não estamos a falar de humanos, mas sim de animais. De aves de rapina, mais propriamente.
Mosqueteiros ao ataque
Batizadas com o nome dos heróis do romance de Alexandre Dumas “Os Três Mosqueteiros”, D’Artagnan, Aramis, Athos e Porthos são águias-reais que estão em formação na base aérea de Mont-de-Marsan, em Les Landes, no sudoeste de França.
Têm uma equipa especializada de militares a trabalhar com elas desde que nasceram para lhes ensinarem a ser excelentes caçadoras de drones.
Para que identifiquem os pequenos aparelhos voadores como presas, estas águias-reais foram alimentadas desde pequenas em carcaças de drones.
Drones igual a alimento
Desta forma, as aves de porte imponente (têm cerca de dois metros de largura) associam os pequenos objetos voadores – drones até quatro quilos – a alimento e caçam-nos.
Com uma visão apurada, D’Artagnan, Aramis, Athos e Porthos são capazes de avistar o alvo a dois quilómetros de distância. Depois, lançam-se em voos de 90 quilómetros por hora para intercetarem e destruírem os drones.
Os resultados estão a ser animadores e, por isso, mais quatro aves de rapina vão juntar-se à equipa militar alada antes do Verão.
Equipadas a rigor
O próximo passo será testar a capacidade de intervenção destas águias fora da base aérea, em grandes eventos culturais e desportivos, por exemplo. Só então se poderá saber se elas têm o mesmo desempenho satisfatório que estão a ter na base perante uma multidão.
Além dos treinadores, há uma equipa de militares responsável pela manutenção dos drones usados nos treinos e pelo desenvolvimento de proteções para evitar que as aves se magoem no momento da captura dos drones.
Como podes ver no vídeo abaixo, as águias atacam equipadas com uma espécie de capacete e proteção nas patas.
D’Artagnan, Aramis, Athos e Porthos são apenas parte de um dispositivo mais abrangente da Força Aérea francesa, que inclui tecnologias como a radiofrequência.
A França não é pioneira nesta forma de atuação. Em 2015, as forças de segurança holandesa surpreenderam ao treinar aves de rapina com este fim.