O que está a acontecer em Mossul?
A cidade iraquiana está a ser alvo de uma operação militar para a libertar do Estado Islâmico.
Mossul é a segunda maior cidade do Iraque (depois da capital, Bagdade) e está sob o controlo do Estado Islâmico (EI) desde junho de 2014.
Foi precisamente em Mossul que o líder do EI proclamou um califado nos territórios conquistados pelo grupo terrorista no Iraque e na Síria.
As pessoas que viviam nas áreas ocupadas por estes radicais islâmicos foram obrigadas a seguir as suas posições extremistas, sob pena de serem sujeitas a extrema violência.
UMA VITÓRIA DE PESO
A batalha para a reconquista de Mossul iniciou-se a 16 de outubro. É liderada pelo exército iraquiano e conta com o apoio de uma coligação internacional, chefiada pelos Estados Unidos.
Expulsar os ‘jihadistas’ radicais de Mossul seria uma grande vitória, já que esta é a única cidade iraquiana que permanece sob o controle do autoproclamado Estado Islâmico. Além disso, seria mais um sinal de que o grupo terrorista está a perder força.
No início deste mês de outubro soube-se que o EI perdeu mais de um quarto do território que chegou a ocupar quando esteve no seu auge, em janeiro de 2015.
ADIVINHA-SE UM LONGO COMBATE
Mesmo perante um EI debilitado, que terá apenas entre três a nove mil combatentes em Mossul, prevê-se que a batalha não vá ser fácil, podendo prolongar-se por várias semanas ou mesmo meses.
A guerra em curso começou já a afetar seriamente a vida do milhão e meio de pessoas que vive em Mossul. Muitos habitantes abandonaram as suas casas e deixaram a cidade em busca de proteção. A ONU construiu já vários campos de refugiados com vista a acolher estas pessoas.
Mas nem todos conseguirão abandonar Mossul. Um dos principais receios é que o Estado Islâmico obrigue muitos habitantes a ficar para os usar como escudos humanos e dificultar assim o avanço das tropas iraquianas.
O facto de a batalha se desenrolar num cenário urbano dificulta, também, a situação. Durante o tempo em que ocupou a cidade, o EI teve tempo para construir refúgios e armadilhar o terreno. Para dificultar raides aéreos e o uso de drones pelas forças contrárias, o EI provocou já fogo em várias partes de Mossul, impedindo assim a captura de imagens devido ao fumo.
GUERRA DEPOIS DA GUERRA
O final da batalha de Mossul poderá não terminar depois de o EI ser derrotado. Há muitos especialistas em geopolítica que acham que o pior virá depois.
A questão é que, neste momento, uniram-se para combater o EI grupos que habitualmente estão em luta entre si e mantêm rivalidades históricas, como xiitas e sunitas.
Há receios que, conquistada a cidade ao EI, nova guerra comece, opondo esses grupos que agora se uniram com um objetivo concreto.