O vírus zica em cinco perguntas
O que é e como se contrai? É perigoso? Como se manifesta? E como se trata? Pode prevenir-se?
Três a quatro milhões. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é este o número de pessoas que poderão ser infetadas pelo vírus, através da picada de mosquitos, ao longo deste ano. A OMS está preocupada com a dimensão que o zica está a tomar, principalmente no continente americano, e vai reunir na próxima semana o comité de emergência.
O QUE É?
Só agora ouvimos falar nele, mas há muito que este maldito vírus foi identificado: em 1947, num macaco do Uganda e, em 1952, conheceram-se os primeiros casos em seres humanos, também no Uganda e na Tanzânia.
Como diz a música dos GNR, “A culpa é do mosquito”. Neste caso, dos mosquitos pertencentes ao género ‘Aedes’ (os mesmos responsáveis pelo dengue e pela febre amarela). Uma picadela de um mosquito infetado pelo zica basta para contrair o vírus.
Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), o zica não é contagioso, daí que não seja preciso isolar as pessoas contaminadas.
COMO SE MANIFESTA?
Os primeiros sintomas manifestam-se alguns dias depois da picada do mosquito e só em algumas pessoas. É possível ter-se sido infetado e não se chegar a saber.
Os sintomas são ligeiros, podem confundir-se com os de uma gripe. A infeção pode traduzir-se num estado febril, em dores de cabeça ou dores musculares. Por vezes também se manifesta através de pequenas erupções de pele ou de uma conjuntivite.
E COMO SE TRATA?
O tratamento é, tal como os sintomas, ligeiro. A Organização Mundial de Saúde recomenda que os infetados repousem, bebam muitos líquidos e tratem as dores e febre com os medicamentos que habitualmente usam.
É PERIGOSO?
O grupo de maior risco são as grávidas, porque se pensa que, sendo infetadas, os fetos podem nascer com malformações, nomeadamente com microcefalia (o cérebro e a cabeça das crianças são menores do que o normal). De resto, não. A maior parte dos doentes nem chega a ir ao médico. Em Portugal e na Europa o risco é pequeno, sobretudo nesta altura do ano, pois os mosquitos que transmitem o vírus não se dão bem com tempo frio. A Madeira é a zona do país que levanta maior preocupação.
É POSSÍVEL PREVENIR?
O principal conselho é, se possível, evitar as zonas onde o vírus está mais presente (América Latina).
Na Europa já se confirmaram alguns casos, mas de viajantes que vieram desses países.
Estando numa zona onde o mosquito existe, os conselhos prendem-se, sobretudo, com a higiene. Por uma razão: o mosquito que transmite o zica gosta de frequentar as casas, o que é natural, já que se alimenta de sangue humano. Além disso, reproduz-se colocando ovos em água limpa e parada.
Assim, foi quase lançada uma guerra a tudo o que possa conter água neste estado, de bacias a pratos de vasos e, até, a ralos de casa de banho, a que deve ser colocada uma tampa.
Outro conselho é evitar ao máximo expor a superfície corporal: pôr saias, vestidos e calções de lado, bem como mangas curtas. E usar, de preferência, cores claras.
As redes mosquiteiras e os repelentes também podem ajudar a travar esta luta contra o mosquito.