E se os videojogos fossem uma modalidade olímpica?

É isso mesmo que pretende o criador do Warcraft, mas convencer o Comité Olímpico Internacional não vai ser fácil.

“E-sports” (desportos eletrónicos). Para quem anda no meio, o termo é comum. Designa as competições de videojogos que envolvem prémios por vezes na casa dos seis algarismos e atraem um número cada vez maior quer de praticantes (amadores e profissionais), quer de espetadores. Ainda recentemente uma final de videojogos realizada na Coreia do Sul levou 40 mil pessoas a um estádio!

Este é um dos argumentos que Rob Pardo, o inventor do popular jogo Warcraft invoca para defender que os videojogos sejam uma modalidade olímpica. Mas não é o único. Em entrevista à BBC, Pardo justifica a sua opinião, com o facto de se tratar de um desporto que, embora não exigindo esforço físico, é também muito competitivo, requer treino e concentração.

Além de que, defende, “os videojogos são visualmente apelativos para largas audiências”. Os praticantes profissionais de “e-sports” são até sujeitos a controlos antidoping, como qualquer outro atleta de alta competição!

Há um mês, o Comité Olímpico Internacional (COI) deixou cair o limite de modalidades nos Jogos Olímpicos (situado, até então, nas 28 modalidades), estabelecendo apenas um limite para o número de atletas e de eventos em cada edição dos Jogos: não podem exceder os 10 500 e os 310 respetivamente.

Mas nem esta alteração deverá tornar o objetivo de Pardo mais fácil de alcançar. Outros desportos que envolvem mais as capacidades intelectuais do que as físicas, como o xadrez, lutam há anos por conseguir a inclusão nos Jogos. Sem sucesso.

O golfe e o râguebi de sete foram as últimas modalidades a serem aprovadas pelo COI, em outubro de 2009, e vão estar já presentes nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Na altura, ficaram de fora desportos como o basebol, o karaté ou o squash, também candidatos a desportos olímpicos.

Quanto aos e-sports, é com ações como esta que, aos poucos, vão começando a alterar a imagem que muitas pessoas ainda têm deles. Afinal, não são tão solitários quanto parece, pois jogam-se em conjunto (ainda que quase sempre através da internet e não presencialmente); os jogadores não são assim tão jovens (a média de idades de quem joga situa-se entre os 20 e os 35 anos) e até têm um amplo público interessado em vê-los jogar.

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