Reduzir os currículos escolares?

A resposta à pergunta feita pelo Jornalíssimo é unânime: “sim!”.

Na semana passada a pergunta que vos lançámos foi: “Concordas com a introdução de currículos menos extensos do que os atuais?”, na sequência da intenção manifestada pelo Ministério da Educação de diminuir os programas já no próximo ano letivo.

Se for para a frente, a medida será certamente bem recebida pelos estudantes, a avaliar pelas opiniões que podes ler em seguida.

Bárbara, 19 anos:

“Estou de acordo, senão é uma carga muito grande sobre nós. Temos ‘n’ temas para dar e muito pouco tempo para aprender tudo. Duas ou três aulas para um tema não dá para o interiorizar. Além disso, nota-se os professores stressados, sem paciência, alguns desinteressados. No meu caso, preciso de ter alguém que me motive para eu entender”.

Catarina Fonseca, 19 anos:

“Principalmente a Matemática e Físico-química. É tudo dado de maneira muito rápida. Não dá para aprender, quanto mais para ter conversas que saiam fora do contexto escolar e que nos interessam, como palestras sobre sexualidade e homossexualidade, racismo, drogas”.

Ângela Cangalhas, 19 anos:

Era importante para aprendermos melhor e para os professores serem mais simpáticos. Quando eles são simpáticos, a gente porta-se bem, mas muitos vêm com ar chateado e só dá vontade de os chatear mais. Tal como a Catarina, acho que faz falta falar sobre certos temas, por exemplo sobre a diferença. As pessoas são muito julgadas pela aparência. Se se pudesse falar sobre isso nas aulas era bom”.

Rita Costa, 19 anos:

“Também estou de acordo e acho que era importante que na escola houvesse tempo para falar da atualidade. É mais interessante do que falar sobre o passado. A escola prepara-nos e não nos prepara, no sentido em que não estamos preparados para o mundo à nossa volta”.

Carlos Daniel, 17 anos:

“Concordo com a ideia porque sinto que, neste momento, em certas disciplinas, os professores têm dificuldade em cumprir o programa. Em certas partes dão a matéria com mais pressa e isso causa dificuldade em compreendê-la e, depois, dificulta a realização dos exames e das provas.
Os professores ficam stressados e nós também. Há disciplinas em que não acabamos o manual e nas Ciências, no Básico, as experiências laboratoriais são menos trabalhadas do que deveriam ser. Depois nota-se uma grande diferença no Secundário, em que, como dantes fazíamos poucas, de repente parece que há imensas (experiências). Acho que toda a parte prática de cada disciplina deveria ser mais trabalhada, porque depois saímos para o mundo profissional e o que interessa é saber fazer as coisas”.

Diogo Quinta, 16 anos:

Concordo, apesar de agora no Secundário (estudo no 12º ano) não notar tanto. Mas no Básico notava que, quando os programas eram extensos, davam-nos a matéria à pressa para os cumprir. Nos anos de exame  então, como a matéria sai toda nas provas, tinham que dar tudo.
Em Filosofia, eu e os meus colegas chegámos a falar com a professora por não haver tempo para fazer debate de ideias. Ela própria dizia que não havia tempo. No Básico, tínhamos Educação Cívica e acho que esse tempo podia ser aproveitado para fazer debates de ideias, para que os alunos falem uns com os outros e expressem opiniões, mas nós não fazíamos nada de especial, acabava por se tratar assuntos da turma.
E no Básico também não havia tempo para fazer atividades experimentais a Físico-química e Ciências da Natureza. Só comecei a fazê-las no Secundário.

Afonso, 14 anos:

“Acho que era bom que os programas fossem diminuídos na maioria das disciplinas. Por exemplo, no ano passado, no 8º ano, não acabámos o programa de duas disciplinas, Geografia e História. Este ano já passaram quase dois meses do início do ano letivo e a professora de Geografia ainda está a dar matéria do ano passado.
A Físico-química e a Ciências da Natureza não temos tanta matéria. O professor de Físico-química até diz que cada vez tem menos matéria para dar, ele acha que é para que os alunos com mais dificuldades consigam passar”.

Francisca, 14 anos:

“Concordo, porque acho que ultimamente temos estado muito sobrecarregados com matéria. Não conseguimos terminar a matéria sempre. A minha professora de Matemática apressa um bocado os conteúdos. E quando estamos a fazer experiências, os professores põem-nos muita pressão. Acho que se eles estivessem mais relaxados podiam dar aulas mais divertidas“.  

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