Um continente, muitos Natais

Na Europa todos os países celebram o Natal, mas será que o festejam da mesma maneira?

Por Isabel Baltazar Instituto de História Contemporânea*

É tempo de Natal! Como te sentes? Qual a razão da tua alegria? O que celebras tu no Natal? Ao teu redor, brilham as luzes, ouves músicas natalícias, pessoas muito agitadas compram prendas para oferecerem a família e amigos e prepararam a consoada e o almoço de Natal. Todos correm, crentes e não crentes, quase todos celebram no Natal a festa da Família, mas só alguns, mesmo entre os crentes, celebram o verdadeiro espírito do Natal: o nascimento de Jesus Cristo.

De facto, só é Natal porque nasceu Jesus, o Deus Menino, para os cristãos, e o Homem histórico tão marcante para toda a humanidade que até dividiu a História: antes de Cristo e depois de Cristo.

Este é o tempo de celebrar a paz, a alegria e o amor, valores humanos essenciais para todos; este é o tempo de parar para estar consigo mesmo e com a família; este é o tempo de olhar à nossa volta e abrigar os necessitados e sentir a solidariedade e união entre toda a humanidade.

Também na Europa é assim: todos os países celebram o Natal. Será que o celebram todos da mesma maneira?

A história do nascimento de Jesus Cristo é contada ao longo dos séculos a partir dos relatos da Bíblia, no tempo em que os romanos dominavam toda a bacia do Mediterrâneo e o imperador, César Augusto, obrigara todos os habitantes do império ao recenseamento na terra de origem da família. A Palestina era governada pelo rei Herodes e pertencia ao império romano e, por isso, Maria e José, que viviam em Nazaré, tiveram de deslocar-se a Belém, onde o Menino Jesus nasceu, deitado nas palhinhas de uma manjedoura num estábulo, o presépio para os cristãos, visitado pelos Reis Magos, Gaspar, Baltazar e Belchior, que do Oriente seguiram uma estrela para encontrar o caminho para o menino, levando ouro, incenso e mirra, como presentes.

Aqui encontramos a razão de também nós oferecermos presentes nesta data. Em muitos países da União Europeia no 25 de Dezembro, e, noutros, como Espanha, no dia 6 de Janeiro, o Dia de Reis, em que as crianças põem o sapatinho junto à porta de casa ou na janela para serem visitadas pelos Reis Magos.

A época de Natal é muito festiva na Europa. Todos os países comemoram o dia 25 de Dezembro, com uma ceia de Natal, na véspera, mas muitas regiões comemoram também outras datas: 6 de Dezembro, o Dia de São Nicolau, em países como a Holanda, Bélgica, Alemanha e França, que festejam em família e distribuem presentes com um cartão com uma mensagem; 13 de Dezembro, nos países nórdicos, Dinamarca, Finlândia e Suécia, onde Santa Luzia visita escolas e hospitais, levando a Alegria do Espírito de Natal. Na Irlanda é comemorado o dia 26 de Dezembro, dia de Santo Estevão, com festejos de rua de mascarados, que cantam e dançam pelas ruas e nas casas, porque trazem a boa sorte à família. Na Eslováquia, há um cortejo de obras de arte e cânticos de Natal, para desejar saúde e prosperidade. Na Letónia, decoram a árvore de Natal com cem velas, e, em Malta, enfeitam as ruas da cidade e vão em procissão levando Jesus. Muitas outras curiosidades podes descobrir em todos os países onde se celebra esta grande festa.

Vamos, também, celebrar o Natal dos 28 países da União Europeia?


Vai para a cozinha, e dá uma espreitadela nestes sites:
https://ec.europa.eu/portugal/news/christmas-recipes-eu_pt ou http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe_area?p_cot_id=3248

Vais encontrar a gastronomia europeia, uma receita de cada país, para juntos partilharmos tradições diferentes que nos enriquecem, porque descobrimos que em todos os sabores há a unidade festiva na diversidade da celebração do Natal.

Vamos festejar o Natal na Europa! Que seja um Bom Natal, para todos vós!

(*) Publicada ao dia 20 de cada mês, a rubrica “História e Europa” é dedicada às ideias e aos protagonistas do projeto europeu. Resulta de uma parceria entre o Instituto de História Contemporânea da Universidade de Lisboa (IHC – UNL) e o Jornalíssimo e tem a coordenação científica de Isabel Baltazar e Alice Cunha, doutoradas em História pelo IHC-UNL.

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