Sabes quantas bactérias se transmitem num beijo?
Se disseste 80 milhões, provavelmente já conheces os resultados de um estudo realizado na Holanda.
Investigadores holandeses dedicaram-se, em 2014, a estudar o beijo na boca. O que normalmente interessa ao ser humano comum – o amor, a paixão – não interessou aos cientistas.
O objetivo do estudo era saber mais sobre a partilha não de afetos, mas de bactérias, quando se dá um beijo na boca.
Vinte e um casais (heterossexuais e homossexuais) disponibilizaram-se a participar.
Além de responderem a um inquérito, foram-lhes recolhidas amostras de saliva. Primeiro analisou-se a saliva dos dois elementos; em seguida, pediu-se a um membro do casal para beber um iogurte que continha determinadas bactérias saudáveis (probióticas); depois, o casal tinha de se beijar e, por fim, era recolhida uma amostra de saliva do outro elemento que não tinha ingerido a bebida.
Este método permitiu verificar que a quantidade de bactérias probióticas na saliva do recetor triplicou depois do beijo e que dez segundos bastavam para transmitir 80 milhões de bactérias.
Parece muito? Tendo em conta um número publicado na “Veja” não é. Segundo esta revista brasileira, num mililitro de saliva há 150 milhões de bactérias.
E, além disso, as bactérias não são sempre sinónimo de perigo. Na verdade, os 700 tipos diferentes de bactérias que temos na boca cumprem um papel importante, ajudando-nos, por exemplo, a fazer a digestão dos alimentos e a evitar certas doenças.
Retomando o estudo coordenado por Remco Kort, os investigadores concluíram, ainda, que a microbiota (conjunto de microorganismos de um ecossistema) da saliva é muito parecida entre os membros de um casal que se beijam pelo menos nove vezes por dia.
A investigação foi desenvolvida pelo Instituto Micropia (dedicado ao estudo dos microrganismos) e pela Universidade de Amesterdão, e publicado na revista Microbione, em novembro de 2014.
(Artigo atualizado a 13 de abril de 2016)