Plutão, estamos mesmo a chegar
Amanhã será um dia histórico: pela primeira vez, vamos estar muito, muito perto do planeta anão.
Desde 1989, quando a nave espacial ‘Voyager 2’ se aproximou de Neptuno, que a Humanidade não vive um momento assim.
Amanhã, a ‘New Horizons’ irá alcançar o último planeta do sistema solar (será que ainda lhe podemos chamar assim? É que em 2006, Plutão foi despromovido, passou a ser considerado um planeta anão). Seja como for, a sonda vai passar a uma distância de 12 500 quilómetros de Plutão – o que em Terra pode parecer muito, no Espaço é visto como um voo rasante.
Esta grandiosa missão vai permitir recolher imagens e uma série de informação que nos permitirá ficar a saber muito mais sobre, por exemplo, a geologia e a morfologia deste corpo gelado.
Aliás, as observações científicas já começaram. A imagem que vês abaixo foi captada pela sonda há muito pouco tempo e mostra Caronte, a grande lua de Plutão.
O grande dia, porém, será amanhã, quando uma maior proximidade do pequeno planeta facilitar a obtenção do material mais importante.
O momento é aguardado com grande expectativa, em particular, pela comunidade científica.
Plutão é visto como uma “cápsula do tempo”. Por ser um corpo pequeno, o ex-nono planeta do sistema solar não sofreu tantas transformações como os restantes. Isso faz com que se encontre num estado muito parecido ao que tinha quando surgiu o sol.
Há muitas perguntas no ar acerca das revelações que a ‘New Horizons’ fará. Além da lua Caronte, será que Plutão tem apenas os quatro satélites que os cientistas já descobriram? Haverá algum escondido? Terá também anéis como Saturno?
A Terra mal pode esperar pelas notícias (e muitas surpresas, certamente) que a ‘New Horizons’ começará em breve a enviar. Amanhã, deverá chegar à Terra apenas uma espécie de postal ilustrado.
A informação que for recolhida nesta passagem próxima só começará a ser transmitida pela sonda quando se afastar de Plutão e prosseguir o seu caminho pela Cintura de Kuiper. Vão ser precisas dez semanas para descarregar todos os dados.
Até chegar aqui, a ‘New Horizons’- a mais rápida sonda que a Humanidade alguma vez construiu, viajando a cerca de 50 mil quilómetros por hora – fez uma longa viagem. Foi lançada do Cabo Canaveral (no estado norte-americano da Florida), em janeiro de 2006.
Como podes ver na animação abaixo, feita pela ‘Vox’ com imagens da NASA, a sonda está equipada com uma série de instrumentos diferentes e algumas curiosidades. Uma delas são as cinzas do astrónomo norte-americano que descobriu Plutão em 1930, William Tombaugh.
SABIAS QUE?
– Plutão tem uma cor alaranjada e temperaturas inferiores a 200 graus abaixo de zero;
– em 2006, Plutão deixou de ser o nono planeta do sistema solar, porque passou a ser apenas um… planeta anão;
– Plutão está a cinco mil milhões de quilómetros da Terra. Para chegar ao destino, a sonda atravessou as órbitas de quatro planetas: Marte, Júpiter, Saturno e Urano;
– foi lançado um concurso para batizar as novas caraterísticas da superfície de Plutão. Nós demos a notícia em abril aqui e os resultados podem ser vistos neste site, criado pela ‘International Astronimic Union’, responsável por este processo de seleção, juntamente com membros da equipa da ‘New Horizons’. Se és fã da ‘Star Wars’ vais gostar de ler o resultado.