O que é o solstício de Inverno?
É oficial: já estamos no Inverno! Sabes porquê? Duas pistas: movimento e plano inclinado.
No hemisfério norte, o Inverno acaba de nascer. A nova estação acordou por cá quando os relógios marcavam 10 horas e 44 minutos (hora de Portugal continental).
Já o Brasil entra hoje no Verão. E se nós vivemos hoje o dia mais curto do ano, eles vivem o mais longo. Mas por que razão é assim, ainda estás recordado?
Poucas vezes nos lembramos de que o planeta em que vivemos está em constante movimento, quer girando em torno de si mesmo (rotação), quer em volta do Sol (translação).
Também é raro pensarmos que vivemos num planeta inclinado. Mas vivemos e ainda bem, pois se a Terra não estivesse inclinada – cerca de 23,5 graus sobre o seu próprio eixo – não conheceríamos as diferentes estações do ano.
Essa ligeira inclinação faz com que os dias e as noites na Terra não sejam todos iguais. Tudo depende do ponto da sua órbita em que a Terra se encontra.
Os solstícios e os equinócios fazem com que, pelo menos de três em três meses, nos recordemos que temos os pés assentes numa Terra que nunca pára de mexer-se.
Os solstícios acontecem a 21 ou 22 de dezembro e a 21 ou 22 de junho; os equinócios pelos mesmos dias, mas em setembro e março.
Se falamos aqui dos dois momentos marcantes do calendário astronómico é porque eles se percebem melhor em conjunto.
Tem tudo a ver com a forma como a luz solar ilumina os hemisférios terrestres ou, se preferires, com a posição em que estes estão relativamente ao Sol.
Nos equinócios (em setembro e março), os hemisférios são iluminados de igual forma pelo Sol. Pelo contrário, nos solstícios, há um hemisfério que recebe mais luz e outro menos.
Assim, no solstício de dezembro, o hemisfério norte alcança o ponto mais protegido do Sol e, como tal, vive a sua noite mais longa e o dia mais curto, marcando o início da estação mais fria do ano, o Inverno.
Pelo contrário, nesse exato momento, o hemisfério sul vive o momento mais exposto à luz solar, dando origem ao dia mais longo do ano e à noite mais curta, ao mesmo tempo que marca o início da estação mais quente, o Verão.
Por isso mesmo, o hemisfério Norte vive o solstício de Inverno enquanto o Sul vive o solstício de Verão.
O fenómeno astronómico é conhecido desde a Antiguidade e está associado a inúmeros rituais e festas. Várias civilizações viam no solstício um momento mágico, associado a um determinado simbolismo, nomeadamente à vitória do Sol sobre as trevas.
O solstício deu mesmo origem a monumentos que assinalam a sua importância para povos antigos, como Stonehenge (foto acima), em Inglaterra, uma estrutura pré-histórica que se acredita ter sido construída para celebrar este dia.
O vídeo seguinte explica a mudança das estações de uma forma elucidativa e esclarece um engano frequente: o de que os solstícios dependem da distância a que a Terra se encontra do Sol.