E se fosse preciso uma licença para ter smartphone?
Em algumas regiões de Itália há já vários jovens a fazerem cursos para poderem ter telemóvel.
Os smartphones passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. De tal forma que pode ser difícil olhar para eles como objetos perigosos, cujo uso implica riscos.
Mas não será preciso pensar muito para enumerar alguns problemas que podem surgir quando se tem um smartphone na mão: ciberbullying, sexting, desafios virais perigosos, desinformação, dificuldade em gerir o tempo, desenvolvimento de vícios… A lista poderia continuar.
Os cursos que, desde há alguns anos, foram implementados em algumas regiões e municípios de Itália não se focam, no entanto, apenas nos problemas que o uso do telemóvel pode acarretar e em como evitá-los ou saber lidar com eles.
As aulas para obter esta licença de porte de telemóvel são, também, uma oportunidade para ensinar os jovens a desenvolverem o pensamento crítico e a tirarem o máximo partido do dispositivo que têm nas mãos, usando-o para muito mais do que trocar e receber mensagens, estar nas redes sociais e jogar online.
Dez horas, cinco temas
O jornal regional italiano “Messagero Veneto” explica que os cursos que têm lugar na região (o Vêneto, onde fica a cidade de Veneza) se focam sobretudo em cinco temas, relacionados com a utilização segura e consciente dos dispositivos. São eles: segurança informática, direitos e responsabilidades nas relações online, emoções digitais, obtenção correta de informação online e vícios digitais.
Até junho, adianta o mesmo jornal, serão cinco mil os alunos e alunas de 100 institutos da região a frequentar estes cursos de Educação para os Media. Nesta região, a formação tem a particularidade de também envolver os pais, prevendo alguns momentos de formação para eles.
Os cursos são geralmente ministrados em escolas ou o equivalente às nossas juntas de freguesia e compostos por quatro sessões (num total de dez horas). A ensinar estão profissionais como professores, psicólogos ou especialistas em tecnologia.
Um pacto entre pais e filhos
No final das sessões, tal como acontece quando se tira, por exemplo, a carta de condução, é preciso superar um teste para receber a tal licença.
Em alguns dos locais onde este curso existe (por exemplo em Asti, na região do Piemonte, perto da cidade de Turim) está previsto, ainda, que seja assinado um pacto simbólico, por pais e filhos, onde são estabelecidas regras sobre o uso do telemóvel. A ideia é evitar as discussões em família provocadas pelo uso dos telemóveis.
O que achas da ideia? Faz sentido, não faz sentido? Os cursos devem ser não só para jovens, mas para pessoas de todas as idades? Se te apetecer, deixa a tua opinião aqui em baixo, na caixa de comentários.
Foto: PxHere; Polizia di Stato
