Sami, os criadores de renas

Na Lapónia, os conterrâneos do Pai Natal são um dos últimos povos indígenas da Europa.

Toda a gente sabe que o Pai Natal vive na Lapónia e que é de lá que ele sai, todos os anos, na véspera do dia 25 de dezembro, montado no seu trenó puxado a renas, para distribuir os presentes à volta do mundo.

Menos conhecida é, talvez, a história dos restantes habitantes da Lapónia, o povo Sami, que também conhecemos por lapões (um termo que os deixa desagradados, por remeter para a época da II Guerra Mundial, em que foram perseguidos e vistos como uma raça inferior).

Calcula-se que haja cerca de 80 mil Sami a viver no extremo norte da Europa, junto ao Círculo Polar Ártico, numa região (a Lapónia, assinalada em baixo, no mapa) que atravessa o território de quatro países: a Noruega, a Suécia, a Finlândia e a Rússia.

A vida destes homens e mulheres, de estatura pequena, e roupas coloridas, gira em torno das renas. 

Durante séculos, os Sami foram nómadas, deslocando-se em função das necessidades dos animais de que se tornaram criadores: no Inverno, montavam as suas tendas, feitas de pele de rena, junto às pastagens do sul da Lapónia; no Verão, levavam os animais para as terras altas, onde as temperaturas não são tão elevadas.

Hoje, os Sami alteraram profundamente a sua forma de vida. A esmagadora maioria tornou-se sedentária e abandonou as tendas. Muitos continuam a criar renas, seja como modo de sobrevivência (comem a carne e fazem uma série de objetos com a pele, os ossos e as hastes dos animais), seja para explorar turisticamente.

Muitos Sami exercem profissões comuns e vivem fora da Lapónia, mas orgulham-se das suas origens. Independentemente da parte da Lapónia em que vivem, os Sami são um povo unido, que faz por manter vivo os nove dialetos Sami existentes (todos eles assinalados pela UNESCO por correrem perigo de extinção).

O povo tem bandeira própria, hino e está organizado politicamente, com parlamento próprio e representação nos parlamentos dos países onde estão inseridos. Na Suécia, por exemplo, são reconhecidos como povo indígena e minoria nacional.

Se quiseres conhecer um intérprete de música jojk, um género tradicional sami, espreita este artigo.

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