Chauvet: uma imersão no Paleolítico 

França inaugurou a réplica de uma impressionante gruta de arte rupestre. Está longe, mas podes fazer uma visita virtual agora mesmo.

Pablo Picasso tem uma frase célebre sobre os artistas do Paleolítico. Depois deles – disse o pintor espanhol – nada mais houve a inventar.

Pintura, gravura, noção de perspetiva, volume ou movimento, baixo-relevo e alto-relevo – todas estas técnicas já os nossos antepassados pré-históricos dominavam. Com uma diferença: faziam-no recorrendo a utensílios que a natureza lhes dava, como pedras, madeira ou osso.

Pensar nos milhares de anos que nos separam deles, embora fossem também sapiens-sapiens, faz com que ver estas obras (mesmo por internet) se torne mais sensacional ainda.

A Gruta Chauvet foi descoberta no mesmo ano das nossas gravuras do Côa, o maior museu de arte rupestre ao ar livre do mundo, em 1994.

O impressionante achado – que, tal como o nosso, trouxe novas luzes sobre a arte neste período – foi encontrado no sul do país por três espeleólogos amadores franceses.

Um deles, de apelido Chauvet, teve a honra de ver o seu nome dar nome à gruta, considerada Património Mundial pela UNESCO.

O calor e o gás carbónico que os turistas libertariam caso as grutas fossem abertas ao público poriam em risco as obras. Por isso, as entidades decidiram fazer, lá perto, uma réplica do conjunto para que todos pudessem ter acesso àquele passado sem o ameaçar.

Trata-se, afinal, de um grande tesouro com trabalhos de pintura, gravura e raspagem de parede datados de um período compreendido entre 25 a 32 mil anos atrás.

Nos últimos três anos, artistas do nosso tempo recriaram mais de mil desenhos, utilizando as mesmas técnicas e pigmentos de que se serviram os homens do Paleolítico.

As próprias paredes interiores rochosas da gruta foram imitadas ao pormenor, com a mesma sucessão de salas e galerias da original.

Curiosamente, a maioria dos animais representados nas paredes de Chauvet não são animais de caça, ao contrário do que é normal, mas sim predadores, como rinocerontes, leões, ursos e mamutes. Há até um pássaro. Vê se o descobres.

A Caverne du Pont d’Arc abre ao público no próximo dia 25, mas já foi inaugurada pelo presidente francês.

Nesta página podes fazer uma visita virtual à gruta original.

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