Hang: um som de outro planeta

Cuidado! A música que sai deste instrumento suíço pode hipnotizar-te.

Tem uma forma misteriosa – faz lembrar um ovni – e o som que emite é capaz de levar-nos numa viagem por sensações desconhecidas, mágicas, relaxantes. O Hang, cujo nome significa “mão” no dialecto dos seus inventores, tem conquistado fãs em todo o mundo. Pouco a pouco, pois obter o instrumento foi, durante muito tempo, uma tarefa difícil. 

INSPIRAÇÃO CARIBENHA

A história do Hang começa em Berna, na Suiça, quando Felix Rohner ia na rua e se deixou fascinar pelo som do Steelpan, um tambor metálico de Trinidad e Tobago, e pelo ambiente animado que se gerava em volta dos músicos que o tocavam. 

A partir daí, o suíço começou a explorar as potencialidades musicais do aço, juntamente com a mulher, Sabina Shärer. Em 2001, chegaram ao Hang, um instrumento de percussão constituído por dois hemisférios metálicos acoplados que, ao contrário do caribenho Steelplan, se toca diretamente com as mãos. 

QUERES MESMO MUITO?

Quando foi posto à venda, em lojas de música, com a marca criada pelo casal, a PANArt, a procura foi muita. Rohner e Shärer não conseguiam responder a tantas encomendas.

Industrializar a produção não era uma alternativa para eles e trabalhar ao ritmo dos pedidos ia contra a filosofia de vida que defendiam. “Precisávamos de tempo para poder ouvir, desenvolver o produto e assimilar tudo o que estava a acontecer”, contou Rohner à Swissinfo.ch, numa das suas raras entrevistas.

Decidiram, então, tirar o instrumento das lojas e montar um sistema original de vendas. Quem quisesse um Hang tinha de escrever-lhes a explicar a razão. Receberam milhares de cartas de todo o mundo.

Na mesma entrevista, Roner conta que entre os cerca de 20 mil interessados havia políticos, neurologistas, psicólogos. Só alguns conseguiram ter o Hang no colo. Pelo menos, o original. O casal esqueceu-se de registar o instrumento e começaram a ser vendidas cópias com outras origens, sem a mesma qualidade. 

DO HANG AO GUBAL, PASSANDO PELO PANG

Hoje, Rohner e Shärer deixaram de produzir o Hang. No seu site (hang.ch) anunciam que ele deu origem a um novo instrumento, o Gubal, “capaz de fazer descer o mundo mágico do som à Terra”. Feito de um metal que desenvolveram com propósitos musicais (chamado Pang) e que, desta vez, não se esqueceram de patentear, criaram o Gubal.

Dizem que ele é muito mais do que um instrumento de percussão. Não envolve apenas as mãos, mas todo o corpo, na medida em que “permite uma intensa interacção de quem o toca com a sua música natural”. Nada como ouvi-lo, tocado pelos próprios inventores.

A forma como é apresentado, mostra que o Gubal seguirá o mesmo misticismo associado ao Hang: “Representa uma oportunidade única de nos conectarmos com a essência da música: a conexão com as camadas mais fundas da existência humana”. Mais uma vez, os pedidos de interessados em adquirir o Gubal foram muitos. Tantos, que o casal pede no site para que os interessados desistam de escrever-lhes nos próximos tempos.

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