Joe Biden é o novo presidente dos Estados Unidos da Amérca.

Joe Biden é o novo presidente dos E.U.A.

Há vários recordes nestas que foram seguramente das eleições mais tensas da história dos Estados Unidos da América.

No caso de Joe Biden, aplica-se o ditado: “à terceira é de vez”. O político democrata candidatou-se pela primeira vez à presidência dos Estados Unidos em 1988, voltou a tentar em 2008, mas só em 2020 viu o sonho de liderar o país concretizado. Na verdade, Biden terá de esperar mais um pouco: a cerimónia de tomada de posse está marcada apenas para 20 de janeiro de 2021 e, até lá, Donald Trump será ainda o presidente dos Estados Unidos.

A Casa Branca (residência oficial do presidente dos Estados Unidos) tem, no entanto, poucos segredos para Biden. Entre 2008 e 2016, o homem agora eleito foi vice-presidente do país, quando era Barack Obama quem conduzia os destinos dos E.U.A.. Mas a entrada de Biden no mundo da política é bem anterior a 2008 – ele tinha apenas 29 anos quando foi eleito para o Senado (uma assembleia que participa na votação das leis americanas), tendo ocupado esse cargo ao longo de 36 anos.

Uma eleição, vários recordes

Prestes a fazer 78 anos (no dia 20 de novembro), Joe Biden será o candidato mais velho a ocupar o cargo de presidente dos Estados Unidos. Esta era uma marca que até agora pertencia a Donald Trump, de 74 anos. Mas este não é o único recorde que Biden alcança nestas eleições. Ele passa a ser, também, o candidato presidencial que mais votos recebeu – conta cerca de 77 milhões. Mas, Donald Trump também bate um recorde: nunca nenhum candidato em exercício tinha recebido tantos votos populares – cerca de 72 milhões. Apesar disso, Trump fica para a história como um dos poucos presidentes norte-americanos que se candidata a um segundo mandato e perde.

Kamala Harris é a primeira mulher a ocupar o lugar de vice-presidente dos Estados Unidos. Foto: Gage Skidmore/Cresative Commons

Há, ainda, outras razões que tornam esta eleição histórica. Uma delas é o facto de Joe Biden ter escolhido para sua vice-presidente uma mulher, Kamala Harris. Isso nunca tinha acontecido e o facto de ser uma mulher com descendência indiana e de cor tem sido também muito sublinhado. No discurso de vitória, Harris fez questão de dizer que ela seria a primeira mulher a ser eleita para este cargo, mas não a última: “Porque todas as meninas que me estejam a ver esta noite percebem que este é um país de possibilidades”, assinalou. Esta eleição de Kamala Harris ocorre numa data simbólica, já que se comemora um século desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto nos E.U.A..

Alterações de peso

O perfil de Joe Biden é em tudo diferente ao do presidente cessante, Donald Trump. E não tem apenas a ver com o facto de os dois pertencerem a partidos diferentes. O republicano Trump surpreendeu o mundo ao vencer as eleições em 2016: vindo de uma família rica, sempre foi acima de tudo um homem de negócios, tendo-se tornado milionário. Já o democrata Joe Biden vem de uma família modesta e dedicou toda a sua vida à política.

Mas, não são só os perfis que são diferentes: também as prioridades de ambos divergem substancialmente. Ao longo do seu mandato, Trump sobrepôs sempre os interesses da indústria aos interesses ambientais e tomou medidas muito duras com os mais desfavorecidos, como imigrantes ou refugiados. As suas prioridades foram sempre a economia e a segurança, mesmo quando a Covid-19 surgiu. Pelo contrário, Joe Biden tem como prioridades a saúde e a solidariedade, tendo prometido aumentar os impostos aos mais ricos e dar ajudas financeiras aos mais carenciados.

Ao longo dos próximos quatro anos, o mundo deverá ver os Estados Unidos a voltar a fazer parte de organismos e tratados internacionais, de que Trump se afastou, como a Organização de Saúde e o Acordo de Paris, fundamentais para o combate à pandemia e às alterações climáticas, respetivamente.

Polémicas à parte

Donald Trump não aceita a derrota~. Foto: Gage Skidmore/Creative Commons

Há pouco escrevíamos que há várias razões a fazerem desta uma eleição histórica. A tensão e a polémica em que todo o processo eleitoral esteve envolto é mais uma razão. Depois de vários dias sem se conhecerem os resultados da votação, quando eles foram divulgados, Trump veio dizer que não os aceitava e afirmar ter havido fraude eleitoral sem, no entanto, apresentar provas consistentes. Apesar de se prever que Trump continue a dificultar a passagem de testemunho para Biden, os especialistas não veem nenhuma hipótese de ele conseguir alterar o resultado.

Biden já expressou vontade de virar este capítulo e esquecer a batalha eleitoral. Pouco depois de saber que foi o vencedor escreveu no Twitter: “vou ser o presidente de todos os americanos, independentemente de terem ou não votado em mim.” Algo que reafirmou também no seu discurso de vitória: “Não somos inimigos. Somos americanos”, lembrou, manifestando a esperança de ver democratas e republicanos a cooperar em nome do país.

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