O que é o autismo?
Hoje é o dia mundial de consciencialização para uma forma diferente de estar no mundo. Ser autista é…
Talvez seja mais fácil começar pela negativa e dizer o que o autismo não é. O autismo não é uma doença. “O autismo é um desafio”, diz Alexandra Barreiros, da Associação Vencer Autismo.
Para ela, que lida diariamente com crianças autistas e se deixou fascinar pela forma especial que têm de estar no mundo, um aeroporto é a melhor imagem que se pode ter do que é ser autista.
“As crianças autistas são muito sensíveis a todo o tipo de estímulos – sonoros, visuais, olfativos. É como se estivessem permanentemente dentro de um aeroporto rodeadas por múltiplas coisas que despertam a sua atenção e tivessem de encontrar uma forma de se defenderem delas”, compara.
SER DIFERENTE
O isolamento, a dificuldade de estabelecer diálogo ou contacto visual com os outros, de interagir socialmente, que normalmente carateriza os autistas, é visto como uma defesa face a essa excessiva sensibilidade.
Tal como os comportamentos repetitivos (por vezes dizem muitas vezes as mesmas palavras ou fazem as mesma ações), que aos olhos das ditas pessoas normais podem não fazer sentido e ser vistos como bizarros.
Apesar de alguns traços comuns aos autistas, o autismo é uma realidade plural. Há autistas que nunca chegam a falar, outros mostram aptidões geniais, são capazes de aprender sozinhos línguas estrangeiras ou resolver de cabeça complicados cálculos matemáticos.
UM MISTÉRIO PARA A CIÊNCIA
O autismo é muitas vezes apontado como uma perturbação no desenvolvimento da criança que persiste ao longo da vida. A palavra tem origem grega e significa “alguém que se encerra em si mesmo”.
A Associação Vencer Autismo, a que Alexandra pertence, defende que é preciso aceitar a diferença e explicá-la à sociedade em dias como o que hoje se assinala a nível mundial.
Estima-se que haja no mundo 70 milhões de pessoas com autismo, uma realidade que tem ainda muitos mistérios para a ciência, que investiga a possibilidade de resultar de disfunções genéticas, distúrbios no campo cerebral, intolerâncias alimentares ou presença de metais pesados no organismo, entre outras causas.