Dakar: tudo sobre a grande aventura de todo-o-terreno
Em 2016, a mítica prova acelera na Argentina e na Bolívia. Sabias que o Rali Dakar nasceu por um piloto se ter perdido no deserto?
O arranque oficial do Rali Dakar, que se apresenta como o “rali mais importante e difícil do mundo” é só amanhã, dia 3 de janeiro. Hoje, os pilotos cumprem um percurso de dez quilómetros para determinar a ordem da partida.
Os 556 participantes (entre pilotos, copilotos e técnicos), de 60 nacionalidades diferentes (o país com mais pilotos inscritos é a França, seguida pela Holanda, a Argentina, a Espanha e a República Checa), têm pela frente 13 etapas e nove mil quilómetros de percurso – multiplica a distância de Portugal de norte a sul por 16 e ficas com uma ideia da dimensão da prova.
Há 354 veículos inscritos (dos quais 143 motos, 46 moto4, 110 automóveis e 55 camiões) nesta que é a 8ª edição da prova em solo sul-americano. Era suposto o percurso da prova passar por quatro países, mas dois deles, o Chile e o Perú, acabaram por desistir na sequência de fenómenos climatéricos (o primeiro deparou-se com grave inundações, o segundo com o El Niño).
Assim sendo, o Rali Dakar deste ano tem como palco, apenas, a Argentina e a Bolívia. O início oficial da prova é a 3 de janeiro, com os participantes a deixarem a capital da argentina, Buenos Aires. O final está marcado para 16 de janeiro, noutra cidade da argentina, Rosário.
Entre Buenos Aires e Rosário, os aventureiros sabem que vão ter de enfrentar uma dificuldade crescente. A etapa mais dura será, provavelmente, a que está marcada para o maior deserto de sal do mundo, o Uyuni, na Bolívia. Mas, ao longo de toda a prova, não se preveem facilidades, dada a longa duração e as constantes mudanças de solo, relevo e temperatura.
A dificuldade deste rali, que o torna tão apetecível para quem gosta de acelerar e enfrentar imprevistos, obriga as equipas a uma gestão do cansaço ao longo das duas semanas de competição e a conciliar a condição física com o domínio técnico. Homens e máquinas são postos à prova e convidados a superar os seus limites.
Para muitos, chegar ao fim já é uma grande vitória. Um número considerável acaba por desistir a meio. É esta dificuldade extrema que desperta, há vários anos, um interesse mundial. Para teres uma ideia, no ano passado, a prova foi seguida por 4,8 milhões de espectadores, em 190 países.
Portugal está, este ano, representado nos carros e nas motos. Nestas últimas, Paulo Gonçalves (Honda) é apontado como um provável vencedor, capaz de suceder ao imbatível Marc Coma, que se retirou do mundo da competição. Paulo Gonçalves ficou em segundo na edição do ano passado.
Ainda nas motos, concorrem Hélder Rodrigues (Yamaha), Ruben Faria (Husqvarna), Mário Patrão (KTM) e Pedro Bianchi Prata (Honda). Nos automóveis, Portugal tem um único representante: Carlos Sousa (Mitsubishi), que irá competir com o nome em destaque na edição deste ano do Dakar, Sebastien Loeb (Peugeot). Ele que já foi nove vezes campeão do mundo de ralis, participa na mítica prova pela primeira vez.
E, para terminar, vamos recordar como tudo começou. É uma história que podia ter acabado mal, já que nasceu de um episódio passado com Thierry Sabine, em 1977. Este piloto francês perdeu-se no deserto do Sara, em África, durante um rali em que participava.
Sabine atravessou grandes dificuldades nesses dias, mas, também, grandes emoções. Ao regressar a casa, idealizou uma prova que começasse na Europa e atravessasse parte de África, em que os pilotos pudessem experimentar as emoções do deserto. Em 1978 realizou-se o primeiro rali que ligou Paris a Dakar, a capital do Senegal, que continua a dar nome ao rali dos ralis, mesmo tendo a prova sido mudada entretanto para o continente americano.
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