Castelo Branco, uma cidade bordada a muitas cores

Encanta-te com o colorido de Cargaleiro e das colchas tradicionais, o verde dos jardins do Paço, o cinza das estátuas dos reis de Portugal.

Estás pronto para irmos dar uma volta pela cidade? Agora, que já deixaste as malas na Pousada de Juventude – é bem central, como vês – vamos começar por uma caminhada até ao Castelo. São cerca de 25 minutos e, à medida que vamos subindo a rua com o nome ilustrativo de “Colina do Castelo”, vamos parando para apreciar a vista sobre a cidade. E tirar umas fotos, pois claro.

Chegados junto às muralhas, visitamos o miradouro de São Gens. Bela a vista daqui, não é? Depois desta perspetiva da cidade, apetece “entrar” nela, fazer um “zoom in”. Descemos pelas ruas estreitas, cheias de história, descobrindo os portados e as janelas quinhentistas que ainda existem nesta zona da cidade.

O pintor e ceramista Manuel Cargaleiro nasceu não muito longe, em Vila Velha de Ródão. Aqui, na capital de distrito, tem um Museu que lhe é inteiramente dedicado e que atrai muitos turistas, nacionais e estrangeiros. A sua obra é muito admirada. Quem aqui vem encontra este Museu, formado por dois edifícios contíguos e bem distintos: de um lado o Palacete do século XVIII, do outro o edifício contemporâneo. No primeiro temos a exposição “Cargaleiro – 60 anos a celebrar a cor”, no segundo “Manuel Cargaleiro – Vida e Obra”.

À saída do Museu, descemos até à Praça de Camões, onde nos espera um belo conjunto arquitetónico. Entre os muitos edifícios, vemos o “Solar dos Cunha”, uma casa apalaçada construída na segunda metade do século XIX (em 1993 foi adaptado e passou a funcionar como Arquivo Distrital).

A “Casa da Câmara” é anterior. Data do século XVI. Além da Câmara, naturalmente, já albergou o tribunal, a cadeia e a biblioteca municipal. Consegues ver na fachada a esfera armilar e as armas de D. Manuel, além do balcão?

Voltemo-nos agora para a “Casa (do Arco) do Bispo”. Até 1598 foi a residência temporária, além de local de recolha e armazenamento dos proventos do Bispo da Guarda. Depois, foi mesmo sede de Bispado. O “Arco do Passadiço”, constituído por arcos totais de volta perfeita assentes em pilastras facetadas, permite o acesso à “Rua do Arco do Bispo”, onde se mantém visível a porta colossal de acesso à sua “Residência“.

E, por falar de ruas que têm atrações no nome, vamos seguir pela “Rua do Relógio” e descobrir a torre quadrangular com o “dito cujo” lá no alto.

Continuamos para o Campo Mártires da Pátria, atualmente chamado de “Docas secas”, onde é obrigatório voltarmos à noite. A essa hora, animação é algo que não falta por estes lados. Por enquanto, descansamos um pouco sentados num banco e consultamos a agenda cultural. Talvez a sorte nos brinde com um espetáculo no Cine Teatro Avenida mais logo também.

Antes de jantar, ainda dá para entrarmos aqui no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, não dá?!

Agora sim, vamos lá tratar do estômago. A oferta é muita e, se nos permites uma sugestão, aqui vai: deves provar o cabrito, os maranhos ou o fígado de cebolada. É bom, mas nada de exageros que há sobremesas que são obrigatórias também: a tigelada, as papas de carolo, o arroz-doce.

 

Após o merecido descanso na Pousada de Juventude, e do pequeno-almoço a que temos direito, saímos para ver o que nos falta na cidade.

Hoje começamos pelo Museu Francisco Tavares Proença Júnior, onde podemos ver a sua coleção arqueológica, com peças de arte antiga vindas do recheio do Paço Episcopal e as deslumbrantes Colchas de Castelo Branco, peças de linho ornamentadas com coloridos e brilhantes fios de seda.
Aproveitamos para descobrir o que significam os símbolos caraterísticos do bordado local.

À saída, damos um passo ao Jardim do Paço Episcopal, mesmo ao lado, um ex-libris da cidade. E que bem se está aqui, entre a vegetação, os lagos e as estátuas dos nossos Reis! Repara que nem todas as estátuas têm o mesmo tamanho… É isso mesmo, os reis espanhóis são mais pequenos. Afinal, é em Portugal que estamos!

Do outro lado da rua, em frente ao Jardim do Paço, há o Parque da Cidade, outro agradável espaço para passear, relaxar e tirar umas ‘selfies’, antes da despedida dos albicastrenses.

Seguindo para o centro, levamos-te a visitar a Sé Catedral (Igreja de S. Miguel) e a sua fachada com poucos ornamentos, onde prevalece o estilo barroco. No interior, mostramos-te a talha dourada e as pinturas da autoria de Bento Coelho e de Pedro Alexandrino.

Ainda deve dar tempo para ver as bordadeiras a bordar e, quem sabe, aprender um dos muitos pontos do Bordado de Castelo Branco na Oficina – Escola dos Bordados de Castelo Branco, que fica quase em frente à Catedral.

Não te apetece terminar já a estadia? Outras ideias: a poucos quilómetros de Castelo branco podes visitar o Museu do Canteiro, na vila de Alcains, ou uma das Aldeias de Xisto. Martim Branco ou Sarzedas, por exemplo.

Para ficares a conhecer bem a cidade e arredores, o melhor é reservares pelo menos duas noites.

Pousada de Juventude de Castelo Branco

Preço por pessoa/noite: a partir de €11, com pequeno-almoço incluído.

(*) Este artigo foi escrito no âmbito da parceria entre o Jornalíssimo e as Pousadas de Juventude. Todas as terças publicamos um artigo sobre uma Pousada diferente.

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