Eis os aviões de papel mais avançados do mundo

Poderemos chamar-lhes “drones descartáveis”? Graças a eles vai ser possível levar bens como medicamentos a zonas isoladas. 

Por detrás de um projeto há sempre uma pergunta. E a pergunta que esteve na base da invenção deste avião que vês na imagem foi a seguinte: “O que fazer quando há necessidade de levar bens a locais onde não se pode chegar por estrada?”.

Esta é uma necessidade que se faz sentir frequentemente em cenários de catástrofe natural, onde o envio de bens como medicamentos ou sangue pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

É claro que já há formas de transportar bens para estes locais, mas não são as mais desejáveis. 

Os veículos atualmente disponíveis têm um custo elevado, tornando necessária a sua recuperação. Por outro lado, quando se trata de veículos que têm possibilidade de retorno autónomo, são necessárias baterias que diminuem o espaço disponível para a carga. Há, ainda, outro contra: são veículos muito caros para serem produzidos em massa. 

O projeto ICARUS (a sigla, em inglês, para Sistemas controlados não recuperáveis e lançáveis ao ar em sentido único), de uma agência do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a DARPA, procurava uma solução às alternativas já existentes, que superasse as limitações atrás elencadas.

O grupo de investigação em engenharia aerodinâmica do ‘Otherlab’, de São Francisco (E.U.A.), apresentou uma solução que mostra como muitas vezes o mais simples pode ser o melhor. 

O grupo criou um avião de papel (de papelão, para sermos mais precisos) com um desenho aerodinâmico que não tem motor nem qualquer tipo de sistema de propulsão integrado. 

 

É um planador, mas dispõe de soluções eletrónicas (como GPS) que permitem controlar o voo e levar os bens até ao local desejado. Daí ser mais do que um avião de papel. É, de certo modo, um drone. Mas um drone de baixo custo e, em parte, biodegradável. 

Os veículos batizados de APSARA (‘Aerial Platform Supporting Autonomous Resupply Actions’) apresentam, ainda, outras vantagens: podem ser fornecidos dobrados e montam-se facilmente em alguns minutos, como um móvel do IKEA. 

Para serem lançados, estes drones descartáveis precisam de ser transportados por um avião a uma altura considerável. Em compensação, numa só viagem, podem ser lançados centenas de drones como estes, com as respetivas cargas, e de modo a que cheguem aos locais pretendidos, que podem distar entre si várias centenas de quilómetros. 

Para já, os APSARA são apenas protótipos, mas tudo leva a crer que não demore muito tempo até que voem. Entretanto, a investigação no Otherlab prossegue, nomeadamente para conseguir que não só o cartão, como as componentes eletrónicas destes aparelhos sejam biodegradáveis, garantindo que nem prejudicam o ambiente, nem são reutilizados com uma finalidade diferente daquela para que foram concebidos. 

LÊ TAMBÉM: Os melhores do mundo no lançamento de aviões de papel e Corridas de Drones: um desporto a levantar voo

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