Que distância alcançam as gotículas de um espirro?
Investigadores norte-americanos estudaram os espirros em laboratório e deram a resposta.
Assim, de repente, dirias que as gotículas de um espirro conseguem alcançar centímetros, um metro ou vários metros? Em 2014, investigadores do ‘Bourouiba Group’, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, chegaram à resposta através de observação direta, registos de vídeo (podes vê-los no final deste artigo), experiências e modelos matemáticos.
As gotículas que projetamos no ar, em especial as mais pequenas, superam os 70 centímetros em menos de um segundo e podem mesmo chegar a alcançar os seis metros! Ou seja, um espirro não bloqueado consegue contaminar facilmente toda uma sala.
Os cientistas que realizaram o estudo (publicado no ‘Journal of Fluids Mechanics’) mostraram, ainda, que as gotículas de um espirro, de diversos tamanhos, viajam no interior de uma nuvem composta de gás, ar quente e húmido. Ao sair da boca, essa nuvem dispersa-se em vários sentidos e o ar quente e húmido permite que suba e alcance os sistemas de ventilação, podendo circular através deles e chegar até outros espaços.
Perante tais dados é fácil de ver que pôr o cotovelo ou um lenço à frente quando espirramos está longe de ser apenas uma questão de estiqueta. É, acima de tudo, uma questão de saúde pública, já que esses gestos impedem que partículas contaminadas se transmitam a outras pessoas, infetando-as.
O ‘Bourouiba Group’ estuda há vários anos a relação entre a dinâmica de fluídos e a epidemiologia, com o objetivo de perceber os mecanismos físicos que estão por trás da transmissão de agentes patogénicos. Por esta altura, está também envolvido no estudo da Covid-19.