Em Espanha, o xadrez vai ser disciplina obrigatória
A proposta foi aprovada este mês por unanimidade no Parlamento espanhol. E por cá?
Já se sabe que, sendo uma Monarquia Constitucional, em Espanha a figura do Rei ocupa um papel de destaque. Em breve, ocupará mais ainda.
A história, aqui, não tem nada a ver com D. Felipe e D. Letizia, mas com o desporto que tem o rei como protagonista – o xadrez – e os seus valiosos contributos na aprendizagem.
Se jogado desde cedo, o xadrez “pode melhorar a capacidade de concentração”, “desenvolver a criatividade”, “estimular a paciência e a persistência, a capacidade de memorização e até a tomada de decisões”.
Em traços gerais, são estas as conclusões de vários estudos sobre o papel do xadrez na educação. O documento apresentado no Parlamento Espanhol refere-os e não poderia ter sido melhor sucedido, uma vez que os oito partidos políticos espanhóis com assento parlamentar lhe deram voto favorável.
Por cá, a Federação Portuguesa de Xadrez (FPX) também tem dado passos nesse sentido. Sem grande sucesso.
André Couto, da direção da FPX, lembra os encontros feitos com o Ministério da Educação e a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, nomeadamente os que ocorreram aquando da visita do consagrado campeão de xadrez russo Kasparov a Portugal, há quase um ano.
“O ponto mais importante (desses encontros) era a integração do xadrez como disciplina curricular no 1º e 2º ciclos”, recorda. A Federação desenhou até um programa piloto que entregou ao Ministério com esse objetivo em vista, mas “ainda não houve vontade política para se avançar com o projeto”, lamenta o dirigente.
De acordo com as contas da Federação, em Portugal há 34 clubes escolares filiados (com cerca de 1000 jovens federados) e atividades de xadrez em centena e meia de escolas, a maioria das quais localizada no Porto, em Lisboa, Leiria e Açores.