Por que é que há sismos ou tremores de terra?
Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter deixou um cenário de morte e destruição em Itália.
Esta noite, de 23 para 24 de agosto, um sismo ocorrido por volta das 2 e 30 da manhã (hora portuguesa) fez tremer violentamente a terra no coração de Itália.
As ondas sísmicas registaram uma magnitude considerável – 6 na escala de ‘Richter’ (sendo que o máximo, em teoria, é 10) – e o epicentro foi a apenas quatro quilómetros de profundidade.
Duas localidades foram particularmente afetadas: Amatrice e Accumoli. Várias pessoas ficaram feridas e os mortos são, para já, 80, mas pensa-se que o número deverá subir pois há ainda muitas pessoas desaparecidas.
Já todos nós estudámos os sismos ou tremores de terra na escola, mas vale a pena recordar por que é que a terra treme.
Poucas vezes nos lembramos do constante movimento que se verifica debaixo do chão que pisamos, até porque, visto da nossa perspetiva, o solo parece imóvel.
Mas, de facto, a camada exterior da Terra, a litosfera, é composta por uma série de enormes placas – as célebres placas tectónicas – que estão numa dinâmica permanente entre si, refletindo o movimento constante do núcleo terrestre.
Nas extremidades das placas tectónicas há uma intensa atividade geológica que dá origem a diferentes tipos de “fronteiras” entre as placas. Digamos, de uma forma simples, que as placas se relacionam entre si de diversas formas. Chocando uma contra a outra, por exemplo.
Nos locais onde as placas se encontram acumula-se uma grande quantidade de energia. Quando a tensão é muito forte e excede a força de coesão vai acontecer uma libertação dessa tensão, dessa energia que se vai propagar pelo solo em todos os sentidos.
À superfície da Terra vai, consequentemente, sentir-se um sismo/tremor de terra ou terremoto (um sismo de maior intensidade).
Há regiões mais propensas a sofrer tremores de terra do que outras. Os maiores acontecem nas zonas de fronteiras entre placas.
Em Portugal há risco de haver tremores de terra?
Se visitares a secção de “Sismos” da página do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) vais ficar espantado com a quantidade de sismos que ocorrem no nosso país. A maioria, porém, não é sentida pela população.
Portugal continental está assente na placa euro-asiática e caracteriza-se por uma sismicidade de nível intermédio. Ainda segundo o IPMA, o maior número de sismos verifica-se no Algarve (sobretudo a sudoeste do cabo de São Vicente). Nas ilhas, os Açores regista uma alta frequência de sismos, ao contrário da Madeira, que está assente sobre a placa africana e sofre poucos abalos sísmicos.