As peças foram desenvolvidas em colaboração com comunidades de cegos de vários países.

Os novos tijolos da Lego permitem aprender braile de forma divertida

As peças foram desenvolvidas em colaboração com comunidades de cegos de vários países.

Os tijolos de Lego de que aqui se fala são quase, quase iguais aos que todos conhecemos. O que os diferencia é um pequeno grande pormenor: as protuberâncias dos tijolos convencionais dão lugar, nestas peças, às letras e números do alfabeto braille (uma diferença que não impede, ainda assim, que estes tijolos sejam compatíveis com as restantes peças da Lego Play).

Esta nova linha da marca dinamarquesa pode fazer a diferença na vida de muitas crianças com deficiência visual, para quem aprender o alfabeto braille com recurso aos métodos tradicionais nem sempre é tarefa fácil. Com estes novos tijolos, podem aprender a ler e a escrever em braille enquanto brincam. E podem brincar também com outras crianças sem deficiência visual: todas as peças apresentam também letras, números e símbolos impressos para poderem ser usados por todos, independentemente da condição visual.

Em comunicado, a Fundação Lego explica que a ideia surgiu graças à proposta de duas entidades: a Associação Dinamarquesa de Cegos e a Fundação Dorina Nowill para Cegos, com sede no Brasil. A partir daí, o projeto foi sendo desenvolvido em estreita colaboração com estas e outras associações de cegos de sete países. E os resultados foram animadores: “recebemos um apoio esmagador e feedback positivo de crianças, pais, professores e organizações parceiras”, afirma Stine Storm, da Fundação Lego.

Na realidade, há mais diferenças entre estes tijolos e os convencionais: esta linha vem acompanhada de um site onde são sugeridas várias atividades para usar as peças de modo a estimular a aprendizagem do braille. E a ideia é que os professores e pais que usarem os Legos para este fim possam partilhar online outras ideias de brincar e aprender com estas peças.

ara já, a Lego Braille Bricks foi lançada em sete países: Dinamarca, Brasil, Reino Unido, Noruega, Alemanha, França e Estados Unidos. No início do próximo ano deverá chegar a Portugal e a mais doze países.

O alfabeto braille foi inventado na primeira metade do século XIX por um jovem francês que tinha na altura apenas 15 anos e era cego desde os três. Louis Braille criou um método de leitura e escrita táctil que consiste num sistema de pontos (seis) em alto-relevo, cujas várias combinações correspondem a letras, números e símbolos. A invenção de Braille foi baseada num método de comunicação militar designado “escrita noturna”, usado nas frentes de batalha quando era necessário ler mensagens e não havia luz. Braille dedicou-se a simplificá-lo e a melhorá-lo. Melhorou também a vida de muitas pessoas cegas, como ele, ou portadoras de deficiência visual. E eternizou o seu apelido no nome de um novo alfabeto.

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