A “catarse” de Shakira junto a Bizarrap transformou-se num estrondoso êxito
BZRP Music Sessions 53 destronou “Despacito” como a melhor estreia latina no Youtube.
Shakira – já o disse nas redes sociais – não estava à espera. Mas a canção em que liberta a raiva que sente pelo ex-companheiro, o futebolista Gerard Piqué, tornou-se, em poucas horas, um sucesso à escala global.
O alcance da música, que gravou ao lado do argentino Bizarrap foi de tal ordem que conseguiu mesmo roubar a “Despacito”, de Luís Fonsi e Daddy Yankee, o título de Melhor estreia de um videoclip de uma canção da América Latina no YouTube.
O vídeo da cooperação entre a cantora colombiana e o produtor argentino teve, num só dia, quase 64 milhões de reproduções no Youtube (para ser visto por um milhão de pessoas bastaram… oito minutos!). Ainda assim, este trabalho da dupla latina fica a alguma distância do 100 milhões de reproduções, conseguidas no mesmo período de tempo, pelos BTS e a sua “Butter”, que continua a liderar esse ranking.
Entre aplausos e críticas
Nas redes sociais, a “farpa” em forma de música que Shakira enviou a Piqué também está entre os assuntos mais falados do momento. Para o bem e para o mal.
De um lado, estão aqueles que aplaudem a coragem da cantora em libertar sem rodeios a raiva que sente, ajudando a alterar a imagem típica da mulher traída que chora e sofre em silêncio. Recorde-se que o ex-companheiro de Piqué a traíu Shakira com a sua atual namorada, antes de terminar a relação que mantinham há doze anos.
Mas há também quem ache que Shakira foi longe de mais, nomeadamente por envolver (e até nomear) na canção alguém que, ao contrário dela e do seu ex-marido, não é uma figura pública (Clara Chia, a atual namorada do jogador do Barça).
Casio e Reanult tiram partido das referências
Houve outro ponto que chocou muitos internautas: o facto de Shakira fazer, na letra da canção, uma comparação entre ela e Clara Chia e objetos. Nas últimas décadas, várias mulheres (e homens) têm lutado para que a ideia da mulher como algo que, tal como um objeto, um homem pode possuir seja vista como retrógada e ultrapassada. A luta pela igualdade entre homens e mulheres passa também por aí.
Duas das marcas envolvidas na canção, mesmo sendo invocadas por Shakira na letra para descrever algo menor, é que não se parecem ter importado. Seguindo um velho lema que diz “não importa que falem bem ou mal, o importante é que falem”, tanto a marca Casio, como a Renault (a que pertence o modelo Twingo referido na canção) tentaram sair por cima da situação em que foram apanhadas por tabela.
Foto: Bizzarrap/Instagram; Shakira/Instagram