O “alimentador” de periquitos
Na Índia, um homem transformou o telhado de sua casa num imenso comedouro para pássaros. Alimenta centenas todos os dias.
Há uma tradição indiana, sobre a qual já te falámos aqui, que consiste em fazer desenhos com comida à porta de casa para alimentar pássaros e animais sem dono. Chama-se arte ‘kolam’.
Joseph Sekar é indiano, mas o que ele faz, sendo parecido, foi fruto do acaso, não da tradição: todos os dias, este reparador de máquinas fotográficas coze sessenta quilos de arroz para alimentar centenas, às vezes milhares, de periquitos (o número depende da estação do ano).
A história deste homem – contada pelo canal de televisão Barcroft, especializado em notícias que realçam o lado positivo da vida – começou em 2004, depois de um terremoto fortíssimo no Índico ter provocado a morte a mais de 200 mil pessoas.
A cidade onde vive, Chennai (assinalada no mapa), foi uma das mais afetadas pela catástrofe. Dias depois, Joseph Sekar começou a notar a presença de alguns periquitos à volta de sua casa, deslocados pelo terremoto.
Decidiu por comida para eles no exterior de casa, sem saber que o gesto lhe mudaria a vida. Dia após dia começaram a chegar mais e mais periquitos em busca de alimento.
Hoje, chega a ter quatro mil pássaros verdes à espera do “repasto” que prepara todas as manhãs. Para servir a comida às aves, Joseph instalou longas estruturas de madeira no telhado por onde distribui o arroz.
Confessa que o passatempo lhe leva cerca de quarenta por cento do salário (500 rupias indianas, quase sete euros por dia), mas diz que os periquitos são “tudo o que tem” na vida. Fazem-no feliz.
Na reportagem que podes ver abaixo, Joseph brinca, a certa altura. Diz que, ao contrário do que normalmente acontece, é ele que está engaiolado pelos periquitos. Sente-se responsável por eles, mas deixa-os em liberdade.
Se gostaste desta história, talvez gostes, também, de conhecer Naoto Matsumura, o japonês que se recusou a abandonar a cidade em que vivia depois do acidente nuclear de Fukushima, para cuidar dos animais que ficaram para trás.